Bancos revisam para baixo previsão de inadimplência

15/09/2009 - 18h01

Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Os bancosrevisaram para baixo a previsão de inadimplência paraeste ano. Na última consulta realizada pela FederaçãoBrasileira de Bancos (Febraban), em julho, a estimativa era de 5,8%,número que caiu para 5,3% no estudo realizado nos dias 10 e 11e divulgado hoje (15). Segundo o economista-chefe da entidade, RubensSardenberg, “esse é o maior indicador de otimismo” porparte das instituições financeiras em relaçãoà recuperação da economia.

Naavaliação do economista, o estudo indica que existe umconsenso de que “a crise parou de piorar”. De acordo com Sardenberg, asdúvidas agora são em relação à velocidadede retomada da economia brasileira e internacional.

Aperspectiva também é de melhora quanto à expansãodo crédito. No estudo anterior, a expectativa era de quehouvesse um crescimento de 16,3% nos empréstimos neste ano,previsão que subiu para 16,9%.

O maioraumento é esperado nas operações de créditocom recursos direcionados, com a estimativa de 20,5% de aumento, contra17,8% da consulta de julho. Para Sardenberg, as boas expectativas emrelação a essa categoria estão relacionadas àliberação de crédito pelo Banco Nacional deDesenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Para oProduto Interno Bruto (PIB) foi estimado um crescimento de 0,02%.Apesar do número ser próximo ao 0,1 negativo dapesquisa anterior, o economista Rubens Sadenberg ressaltou o valor“simbólico” da expectativa, agora, ser de crescimentopositivo para a economia.

Amaioria dos 30 bancos consultados para o levantamento da Febraban nãoacredita em uma redução dos juros a curto prazo, 92,6%não esperam por uma alteração da taxa básicade juros (Selic) ainda este ano e 59,3% acham que o Banco Central deverámanter os atuais 8,75% da Selic até o fim de 2010.

“Háum consenso forte de que o número [da Selic] deveráficar nesse patamar por um bom tempo”, disse Sardenberg.

O maiorrisco para a retomada da economia brasileira é, segundo 68% dosbancos consultados, um novo agravamento da crise externa. As preocupaçõesenvolvendo a situação fiscal e as contas públicasforam apontadas como as principais ameaças por 16% das instituições.