STF julgará em breve denúncia referente ao mensalão mineiro

14/09/2009 - 21h57

Marco Antonio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O plenário do Supremo Tribunal Federal(STF) julgará em breve se aceita denúncia do inquéritoque apura fatos relacionados ao mensalão mineiro. Os ministrosdecidirão sobre a eventual abertura de açãopenal contra o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que teria sebeneficiado de um esquema de desvio de verbas públicas e caixa2 articulado pelo publicitário Marcos Valério parafinanciar a campanha de reeleição do tucano para ogoverno de Minas Gerais, em 1998. O inquérito investiga a suposta práticados crimes de peculato e lavagem de dinheiro. O relator, ministroJoaquim Barbosa, já concluiu a análise da matériae apresentou o processo para julgamento. Agora, cabe ao presidente do STF, Gilmar Mendes, agendar a data para julgar se a denúncia será ou não aceita.Por decisão de Barbosa, em maio deste ano,o inquérito foi desmembrado. Apenas Azeredo permaneceuinvestigado no STF. Foi transferida para a Justiça Federal emMG a responsabilidade de analisar o processo quanto a Marcos Valérioe outros investigados. Se a denúncia contra o senador for aceita,Azeredo passará à condição de réuem ação penal no STF, no curso da qual terádireito a ampla defesa e contraditório.O mensalão mineiro publicitário teria sido o embrião  do esquema que ficou conhecido comomensalão em 2003, também protagonizado por Marcos Valério e por meio do qual verbas públicas seriam desviadas para a compra deapoio de parlamentares a matérias de interesse do governo federal noCongresso.Em relação a esses fatos mais recentes, o STF já acatou  a denúncia do Ministério Público Federal e decidiu abrirprocesso penal contra 40 pessoas.  O  ex-secretário-geral doPT Sílvio Pereira fez um acordo para cumprir pena alternativa eacabou excluído da ação. Além de MarcosValério, figuram como réus na ação os ex-ministros José Dirceu (Casa Civil), Anderson Adauto(Transportes) e Luiz Gushiken (Comunicação do Governo), os deputadosJoão Paulo Cunha (PT-SP) e José Genoino (PT-SP) e o ex-deputado RobertoJefferson (PTB-RJ). Esse processo não foi demembrado por envolver várias acusações comuns contra um grande número de réus.