Motoristas de vans protestam contra novo modelo de transporte alternativo no Rio

14/09/2009 - 19h01

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Há cinco dias do vencimento de uma das prestações da van com a qual trabalhava no transporte de passageiros, Renato Augusto Machado ainda não sabe como fazer para pagar o financiamento. O motorista ficou sem trabalho na semana passada, depois que o governo do Rio restringiu o acesso de vans na região metropolitana.Assim como ele, mais 1,7 mil motoristas, segundo as cooperativas, tiveram que deixar as ruas, dando lugar a 400 vans autorizadas pelo governo. Para protestar contra a medida, Renato e mais 300 motoristas desempregados participaram hoje (14), de uma manifestação na Assembléia Legislativa do Rio (Alerj), onde a situação deles foi debatida durtante audiência pública. No encontro foi aprovada a convocação do secretário de Transportes, Júlio Lopes, e do presidente do Departamento de Transportes Rodoviários (Detro), Rogério Onofre, para uma nova audiência em dez dias. O deputado Paulo Ramos (PDT), autor do requerimento, questionou a licitação e também citou os problemas para os usuários. "É preciso que o governo do Rio reconsidere a medida”. Com receio de os motoristas atrasarem e até mesmo não pagarem as pretações das vans, o representante da montadora Fiat, Fábio de Melo Gomes, disse que motoristas podem se tornar um problema social. “Sem trabalhar, eles não vão conseguir pagar as vans e podem ficar com nome sujo, sem arrumar crédito para mais nada”, disse, ao citar  tabém o impacto da medida na redução das vendas.O presidente da Federação das Cooperativas de Transporte Alternativo Legalizado, Márcio Pires, confirmou que os motoristas estão com problemas para pagar as prestações, já que estão sem trabalhar. Segundo ele, somente em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, os financiamentos somam R$ 2 milhões. “A tendência desse rombo é aumentar e a inadimplência será absurda”.A representante do governo na audiência, a funcionária do Detro Sandra Regina Oliveira, foi muito vaiada e disse que não poderia apresentar soluções para os problemas. Elas comprometeu repassar as reclamações ao presidente da instituição.Além dos motoristas, a população também reclama dos prejuízos. Os principais são a falta de ônibus, a superlotação, inclusive de trens, e a mudança do embarque da Central do Brasil para a Leopoldina, no centro do Rio. Com a alteração, os usuários precisam pegar um ônibus a mais ou completar seus trajetos à pé. “Ninguém procura determinado tipo de transporte porque é sadomasoquista”, disparou o deputado Gilberto Palmares (PT), na audiência.Para aliviar o problema, o Detro disponibilizou hoje seis ônibus que circulam entre a Leopoldina e a Candelária, passando pela Central do Brasil e parando nos pontos regulares, Segundo o órgão, a medida é “emergencial”.