Brasil precisa melhorar indicadores educacionais, diz especialista

14/09/2009 - 15h59

Amanda Cieglinski
Enviada Especial
São Paulo - Os indicadores educacionais do Brasil precisam ser ampliados e ir alémda análise de desempenho dos estudantes, defendeu acoordenadora de programas da Ação Educativa, Vera Masagão, durantedebate hoje (14) sobre os dois anos do Plano de Desenvolvimento daEducação (PDE).Uma das principais ações do PDE, lançado em2007, foi a criação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica(Ideb), uma espécie de termômetro da qualidade da educação. Ele leva emconsideração o desempenho dos alunos nas avaliações que medem ascompetências em matemática e linguagens, além das taxas de aprovação ereprovação. Para Vera, o Ideb é um indicador importante eproduziu um bom impacto nas ações políticas dos gestores. Mas énecessário avaliar outras duas dimensões que compõem o universoescolar: a distribuição dos recursos e insumos escolares queinfluenciam na qualidade do ensino.A especialista ressalta quenem sempre os recursos do orçamento da educação são alocados naárea. “Em São Paulo a gente tem um programa de distribuição de leite para osalunos que custa R$ 200 milhões. Enquanto isso, o programa de formaçãode professores alfabetizadores custa R$ 17 milhões”, compara. Oideal seria criar um indicador que pudesse medir exatamente o que égasto em educação para avaliar o que está “dando certo em termos deinvestimento”. Outra dimensão que precisa ser avaliada, segundo Vera,são fatores como o corpo docente e a infraestrutura da escola. “Precisamossaber qual é o regime de trabalho do professor, se a escola tembiblioteca, se tem computador, se tem papel higiênico nos banheiros,independentemente se isso vai interferir na nota de matemática ou não. Agente pode considerar todas essas coisas como valores”, disse.Aindasobre o Ideb, Vera disse que o índice não foi assimilado por professores e recomenda que os docentes recebam mais informações sobre o formato de avaliação do exame."A prova não tem uma boa matriz pedagógica para orientar osprofessores. Eles não conseguem compreender bem o que está sendomedido", afirmou.