Ministério da Saúde capacita especialistas no controle do mosquito da dengue

13/09/2009 - 18h57

Luiz Augusto Gollo
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Especialistas brasileiros eestrangeiros estarão reunidos de hoje (13) até o dia 25 para secapacitarem no combate ao mosquito da dengue, o Aedes aegypti.

É o 1º Curso Internacional sobreMonitoramento à Resistência do Aedes aegypti a Inseticidas, umapromoção do Programa Nacional de Controle da Dengue, da FundaçãoOswaldo Cruz (Fiocruz), e da Organização Pan-Americana da Saúde(Opas). O objetivo é mostrar aos estrangeiros a experiênciabrasileira no controle da doença.

É a primeira vez que se faz no Brasilum curso internacional sobre o tema. Participam especialistas daBolívia, Colômbia, do Paraguai, Uruguai, da Venezuela, e ainda de Cuba ePanamá, como convidados por desenvolverem experiências de controleda dengue para a área do Caribe.

A abertura do curso foi feita pelocoordenador-geral do Programa Nacional de Controle da Dengue,Giovanini Coelho; a diretora do Instituto Oswaldo Cruz, TâniaAraújo-Jorge; e a vice-presidente de Pesquisa e Laboratórios deReferência da Fiocruz, Claude Pirnez.

No curso, os especialistas tambémconhecerão a evolução do número de infectados com o vírus dadengue, de doentes e mortos em decorrência da doença.

De acordo com o último balanço doMinistério da Saúde, divulgado dia 24 de agosto, houve no ano, emcomparação ao mesmo período de 2008, uma redução de 47,9% dasnotificações, ou seja, pessoas que procuram o tratamento.

Em 20 estados e no Distrito Federal,houve redução no número de pessoas com dengue. A maior queda doíndice foi registrada no Rio de Janeiro, com 96,2%. Os outrosestados apresentaram aumento (Acre, Amapá, Bahia, Espírito Santo,Mato Grosso e Mato Grosso do Sul).

Os dados do ministério também apontamqueda de 80,7% nos casos graves da doença e redução de 65,7% nasmortes em decorrência da dengue. Foram 156 mortes neste ano, quando,no ano passado, foram 455.

De acordo com Giovanini Coelho, osespecialistas estrangeiros vão conhecer, na ocasião, uma dasprincipais ações do sistema brasileiro de controle da doença, queé a escolha de municípios estratégicos para o monitoramento doíndice de infestação com o Aedes aegypti.

São os municípios sentinela, que nãosão, necessariamente, os que têm mais pessoas contaminadas. Podemser sentinela municípios perto da fronteira com outros países ouaqueles muito visitados por turistas. “Usamos inseticida comcontrole e acompanhamos o índice do Aedes aegypti nessesmunicípios”, explicou Coelho.

Para a coordenadora do Laboratório deReferência Nacional para o Monitoramento da Resistência de Aedesaegypti a Inseticidas, da Fiocruz, Denise Valle, o controle domosquito no Brasil é eficiente. “Nós temos uma rede demonitoramento no Brasil com alguns laboratórios que avaliammunicípios que merecem atenção especial. Essa capilaridade permiteo controle do ciclo da doença”, disse.

Os organizadores do evento atribuem aimportância ao fato de promover a articulação dos trabalhos doministério, da Fiocruz, do Exército (por meio de seu Instituto deBiologia) e da Opas. “O tema é estratégico porque mexemos com ouso de inseticidas que tem que ser feito de maneira racional. Alémdisso, somos um modelo para outros países”, afirmou o coordenadordo Programa Nacional de Controle da Dengue.

No mundo, em 2002, a OMS estimava em 80milhões o número de pessoas infectadas, com exceção da Europa.Naquele ano, 500 mil pessoas procuraram um hospital com ossintomas da dengue e 20 mil pessoas morreram em decorrência dadoença.