Delcídio comemora resultado do PIB, mas diz que não tem certeza se país cresce 1% neste ano

11/09/2009 - 1h46

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Osenador Delcídio Amaral (PT-MS) disse hoje (11)  que ocrescimento da economia de 1,9% no segundo trimestre em comparaçãocom os três meses anteriores é uma demonstração clara de que opaís deixa para trás os efeitos da crise financeira internacional.O petista, entretanto, não tem a mesma certeza quanto à expectativade crescimento de 1% que o ministro lhe transmitiu nesta semana em reunião noMinistério da Fazenda.“Mas que as reservas fecharão positivasnão tenho qualquer dúvida”, ressaltou o parlamentar.Delcídio Amaraldestacou que apesar dos bons índices de recuperação o governoainda terá desafios para manter a sustentabilidade desse crescimentoem 2010. A seu ver, investimentos em infraestrutura com foco no setorde energia serão fundamentais para garantir uma retomada ainda maisforte do crescimento do PIB.Especialista no setor,o petista considera que o Brasil é o país que tem hoje maiorpotencial de diversificar sua matriz energética com melhoraproveitamento de fontes renováveis. Ele citou, por exemplo o fatode o país ter 45% de sua fonte de geração de energia em hidrelétricas. É necessário, no entanto, garantir a integração denovas fontes, como a nuclear, para que se possa manter a capacidadede geração nos períodos de estiagem, quando a vazão dos rios émenor, ponderou o senador.Para efetivar essasobras e integrar estas diversas fontes o governo terá que redobraros esforços nas parcerias público-privadas (PPP). “O governo nãotem dinheiro para bancar tudo isso sozinho. Esse é um tremendoinstrumento”, destacou.O presidente daComissão de Acompanhamento da Crise Financeira e da Empregabilidadedo Senado, Francisco Dornelles (PP-RJ) destacou que o resultado doPIB no segundo trimestre é resultado das políticas públicasadotadas pelo governo para diminuir os efeitos da recessão mundial.Destacou, por exemplo, a redução dos impostos, da taxa de juros edos spreads bancário, alémda ampliação do crédito.Osenador advertiu que ainda é cedo para a equipe econômica pensar emacabar com incentivos concedidos no início da crise como a reduçãodo Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o setorautomobilístico. “O governo tem que continuar com a política deredução de impostos. Ele não deve se precipitar e retomar ospercentuais anteriores a crise mundial. É importante que se mantenhaesta política para que o crescimento seja continuado”, afirmou oparlamentar.O presidente do PSDB,Sérgio Guerra (PE), comemorou esses novos indicativos. O tucanoafirmou no entanto que trata-se de “um efeito mundial e não apenaslocal”. Guerra também alertou que o Executivo precisa atentar paraos seus gastos fiscais que, segundo ele, aumenta a cada dia.“O quadro fiscal secomplica. Agora, o que vai complicar mesmo são os compromissosfuturos assumidos pelo presidente Lula, para 2010 e 2011, que jogaessa fatura para o próximo governo. Todos os componentes da áreafiscal se reproduzirão a partir de 2011. O governo está engessandopara a frente”, disse o presidente do PSDB.O líder do PDT, OsmarDias (PR), também apontou alguns desafios básicos que o governoterá que enfrentar no ano que vem para manter o crescimento. Mantera regularidade da irrigação do crédito, preservar por mais tempoalguns incentivos concedidos na fase aguda da crise mundial e cumprira política de preços mínimos para que não seja reduzida a áreade plantio são fundamentais de acordo com o pedetista.Osmar Dias destacou quequalquer redução no setor agrícola fatalmente vai repercutir numaumento da inflação em 2010 puxado pelo preço dos alimentos. Oparlamentar afirmou que agricultores que plantaram milho, trigo efeijão, por exemplo, já estão vendendo suas colheitas por valoresmenores que o preço mínimo garantido pelo governo.