Consumo das famílias puxa crescimento da economia no segundo trimestre

11/09/2009 - 15h04

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Oconsumo das famílias tem sido responsável pela retomada da economiabrasileira. Influenciadas pela desoneração de bens e pelo aumentodo crédito e da massa salarial, as famílias gastaram 2,1% a mais nosegundo trimestre de 2009 do que nos primeiros três meses deste ano,puxando o avanço de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB), noperíodo.Segundo dados divulgados hoje (11) pelo InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as famílias gastaramcerca de R$ 470 bilhões em valores correntes no período. Nacomparação com o resultado do segundo trimestre de 2008, o consumodas famílias apresenta alta de 3,2%, e é o 23º crescimentoconsecutivo. “O consumo das famílias nunca deixou decrescer, mas a taxa de crescimento tinha desacelerado. Agora, voltoua acelerar. Isso faz diferença, porque esse é o componente que maisinfluencia o PIB”, explicou a economista do IBGE Rebeca Palis, aodestacar o aumento da massa salarial de 3,3% no segundo trimestre de2009 e de 20,3% nas operações de concessão de créditopara pessoas físicas.Com o crescimento de 1,9% de umtrimestre para o outro, o PIB interrompe uma trajetória de retração,chamada por alguns especialistas de recessão técnica. No primeirotrimestre, a queda foi de 1% e, no último trimestre de 2008, o recuofoi de 3,4%.Para esse crescimento, o IBGE também destaca aprimeira contribuição positiva desde 2005 do setor externo, comavanço das exportações (14,1%) sobre as importações (1,5%), alémdo crescimento de 2,1% da indústria. “Parte do que é consumido nopaís é importado. O consumo das famílias não inclui apenasprodutos nacionais, mas também importados”, acrescentouRebeca.De acordo com o IBGE, contribuiu negativamente para oPIB a estabilidade do nível de investimentos no país de umtrimestre para o outro, em função da queda na importação demáquinas e equipamentos. No período, o governo tambémgastou menos (0,1%). E o setor agropecuário, influenciado porproblemas climáticos, teve variação negativa de 0,1%.