Inadimplência cai 13,16% em agosto

10/09/2009 - 14h27

Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A inadimplência dosconsumidores medida no país pelo Serviço Nacional de Proteção ao Crédito (SPC) e pela ConfederaçãoNacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) caiu 13,16% em agosto, emrelação a julho, e 1,38% em relação a agosto do ano passado. Noacumulado do ano a queda foi de 8,8%.Para o presidente doSPC Brasil, Roberto Alfeu, a queda acentuada de julho para agostodecorre da recuperação do emprego, do aumento da massa salarial dotrabalhador, do impacto do 13º salário e da restituição doImposto de Renda de considerável parcela dos consumidores.Segundo Alfeu, tambéminfluenciaram o resultado a queda na taxa básica de juros (Selic) ea melhora na oferta de crédito. Entre os devedores inscritos no SPC,as mulheres figuram com 55,54% e os homens 44,46% do total.Até agosto, asconsultas ao SPC aumentaram 2,88% em 2009 na comparação com o mesmoperíodo do ano passado. Na comparação de agosto deste ano comagosto de 2008, a alta foi de 2,59%, em razão das liquidações deinverno, da proximidade do dia dos pais e das vendas de materialescolar para o segundo semestre letivo.Alfeu acredita que arecuperação econômica do país começa refletir na redução dedívidas do consumidor. Ele destaca a redução no percentual doImposto sobre Produtos Industrializados (IPI) adotada pelo governopara combater a crise e a ampliação do número de meses pararecebimento do seguro-desemprego estão entre as medidas medidas queaumentaram o dinheiro em circulação e favoreceram a redução doendividamento do público.Para ele, "tudoestaria melhor, no entanto, se o governo reduzisse o gasto público".O que segurou aeconomia brasileira em face da crise mundial, conforme avalia, foi ofato de o país consumir 85% do que produz, enquanto exporta apenas15% do total. Em outros países, lembra Alfeu, as pequenas e microempresas demitiram bastante, o que não aconteceu no Brasil, ondeelas contratam até 8 empregados e seguram a economia.As classes C e D,segundo ele continuam consumindo bem no país, o que deve garantirbons resultados para a economia até o final do ano, quando tambémestarão circulando os recursos da restituição do Imposto de Rendae do décimo terceiro salário.Segundo o presidente do CDL, há segmentos que já começam a ampliarseus negócios em setembro, em função do Natal, e tendo em vistasua especialização, como as áreas de cosméticos e brinquedos.Tudo isso é fator de aquecimento.Roberto Alfeu disse queo vilão da inadimplência ainda é o cartão de crédito, que colocao consumidor num círculo vicioso quando ele usa vários e acabacaindo no sistema rotativo, pagando juros de mais de 300% ao ano,entrando num caminho de difícil volta.Ele defende aregulamentação do setor de cartões, que, segundo afirma, no passado"não pagava nem CPMF e só contribui para alavancar o sistemafinanceiro, sem prestar nenhum grande benefício ao público a nãoser viciá-lo no endividamento".O Serviço de Proteçãoao Crédito está ligado a 700 mil pontos comerciais em todo o país. Asempresas em geral comunicam a inadimplência do cliente 30 dias apóso não pagamento.