CNI: indústria já se recupera, mas ainda não superou os efeitos da crise internacional

09/09/2009 - 16h49

Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A indústria estárecuperando os patamares de crescimento alcançados nos últimos anos, mas ainda não superoua crise financeira iniciada há um ano, afirmou hoje (9) o economista daConfederação Nacional da Indústria (CNI), FlávioCastelo Branco, durante divulgação dos IndicadoresIndústriais."A indústria vai serecuperar dessa crise entre o fim de 2009 e o início de 2010. Alguns setores devem estar em patamares menores do que antes dacrise”, disse. "O fundo do poço passou, mas nãosuperamos.”Segundo dados da CNI, oindicador que está na pior situação é ode horas trabalhadas que precisa crescer este ano 8,1% para chegar ao nível médio de 2008. Nacomparação entre julho e junho deste ano, houve um aumento de 2,8%. Quando essa comparação é feita com julho doano passado há uma queda de 9,5%. “É avariável que mais mostra a perda da atividade industriale tem reflexo de alguns setores importantes ligados aexportação, setor no qual a demanda retraiu-se. Como essademanda externa ainda não foi retomada, dificilmente vamosrecuperar esses índices”, explicou Castelo Branco. Outra variávelque também está puxando para baixo éo emprego. Contudo, esse indicador já mostra sinais derecuperação. Em julho,cresceu 0,2% na comparação com o mêsanterior. Em relação a julho do ano passado, aqueda é de 5%. Segundo Castelo Branco, nesse segundo semestre aindústria voltará a contratar. “O mercado detrabalho na indústria deixou de encolher. Os dados nessesegundo semestre deverão ser positivos mostrando uma expansãomoderada mas não devemos ter perda de postos de trabalho”,afirmou. Apesar do baixocrescimento do emprego, a massa salarial teve, no período, umaumento maior do que o registrado no nível de emprego, 3,7% nacomparação com junho. O faturamento da indústria já dá sinais positivas e cresceu 0,4% em julho nacomparação com o resultado do mês anterior.Apesar disso, ainda há setores em dificuldades, como o de material eletrônico, comunicação e papel e celulose. O levantamento da CNI tambémmostra que a utilização da capacidade instalada teveaumento. Esse indicador ficou em 79,9%, uma expansão de 0,5%em relação ao verificado em junho. Entre os setores quetiveram o maior crescimento no mês de julho estão o de álcool e o de equipamentos de transporte, comexceção dos veículos automotores.