Órgão ambiental do Rio prepara medidas para conter a poluição do ar

08/09/2009 - 18h17

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Para reduzir a poluição do ar, que ultrapassa os padrões aceitáveis em algumas áreas do Rio de Janeiro,o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) prepara uma série de medidas. Aprincipal delas é barrar o licenciamento de carros que emitem gasespoluentes em níveis acima do permitido, a partir de 2010. A medida mais extrema, ainda em estudo, pretende estabelecer umrodízio entre as indústrias, entre elas a Refinaria Duque de Caxias(Reduc), subsidiária da Petrobras e responsável por parcelaconsiderável da poluição da região.Desde 2004, a poluiçãoatmosférica em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense,atinge picos que superam em 150 vezes o limite, o que pode provocar inúmeros problemas na população como tosse, agravamento da asma,bronquite, doenças do coração, irritação das mucosas eprejuízo aos pulmões.De acordo com o Inea, os responsáveispelas emissões, no local, são os carros, devido à proximidade comimportantes corredores viários (Rodovia Presidente Dutra, WashingtonLuís, Linha Vermelha e Avenida Brasil) e a concentração de indústriasde refino de petróleo, que preparam até um plano para melhorar aqualidade do ar. Embora o problema seja grave em Duque deCaxias, onde metade das crianças atendidas no Hospital Estadual AdãoPereira Nunes apresentam problemas respiratórios, o presidente do órgãoestadual, Luiz Firmino Martins, destaca que o governo está atento àsemissões, com medições constantes, e afirma que não há motivo paraalarde.“A violação de padrões não é constante, está restrita adeterminadas situações e horários, sobretudo, a questões atmosféricas”,garantiu Firmino. "A população deve confiar no trabalho do Inea. Aoverificar essa situação, trabalhamos para diminuir o problema.” Comoos carros no estado do Rio são responsáveis por parcela significativadas emissões, Firmino anuncia para 2010, em parceria com o Detran, oinício da inspeção de gases nos veículos, com possibilidade dereprovação. Ou seja, caso ultrapassem os limites, os carros não terão licença para circular. A medição já é obrigatória para táxis, vans e ônibus.Outrasolução, em estudo no Inea, é a compra de créditos de emissão de umaindústria por outra e, ainda, um rodízio no funcionamento, entre elas.“Uma possibilidade é fazer o rodízio de desligamento de equipamentosgeradores de emissão, nos momentos em que o sistema acuse a violação depadrão”, explicou.O órgão ambiental informa que não autorizamais a instalação de determinadas indústrias em áreas com alto nível depoluição. E para acompanhar de perto os picos de emissão, instala umcentro de controle que dispara avisos às autoridades e instituições.“Uma eventual medida, em situações de alerta, é o rodízio deequipamentos”, ressaltou.