Exportações fluminenses registram, em julho, melhor resultado do ano

08/09/2009 - 17h50

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - As exportações fluminenses registraram em julho o maior resultado em valor deste ano,  da ordem de US$ 1,7 bilhão,  com superavit comercial de US$ 726,3 milhões, considerado o melhor de 2009. O dado consta do boletim Rio Exporta, divulgado hoje (8) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).O chefe da Divisão de Estudos Econômicos da entidade, Patrick Carvalho,  destacou que, apesar do desempenho positivo, as vendas fluminenses ao exterior revelam queda se comparadas a igual mês do ano passado, devido à crise financeira internacional.

“Se a  gente comparar com julho do ano passado, a crise, realmente, ainda mostra seus sinais, com retração de quase 40% nas compras externas. Se bem que as vendas caíram  muito pouco, apenas 4,9%”, disse Carvalho.

No acumulado dos sete primeiros meses deste ano, foram exportados pelo estado do Rio de Janeiro US$ 6,44 bilhões, com saldo positivo de US$ 248,9 milhões. O resultado, entretanto, é 84,4% menor do que o apurado no período janeiro/julho do ano passado. O principal fator para essa retração foi a queda de 37,6% observada nas exportações de petróleo, tradicional impulsionador do comércio exterior fluminense.

 Carvalho estimou, contudo, que a tendência, evidenciada no desempenho de julho, é de recuperação das exportações. “É uma tendência que, acredito, veio para ficar. A economia mundial tem respondido bem à crise. O Brasil, com certeza, responde melhor à crise que o resto do mundo”.

Ele afirmou que  alguns dos países mais importantes, como a Alemanha,  França, o Japão, que estavam com indicadores bastante retraídos por conta da crise internacional, já começam a mostrar sinais de melhora. “O mesmo ocorre em relação à China. De forma que pode alavancar ainda mais a economia fluminense em termos de exportações, principalmente petróleo, cujo preço já começa a subir.”

Com o desempenho de julho, a participação do Rio de Janeiro na exportação nacional subiu para cerca de 2%  no mês e para 7,7% no acumulado do ano.

A edição de julho do boletim Rio Exporta da Firjan  aborda ainda, em destaque, o setor de rochas ornamentais, liderado por mármores e granitos, que acabou sendo fortemente afetado pela retração da demanda internacional. O segmento viu diminuir as vendas para seu principal parceiro comercial, que são os Estados Unidos, após a crise hipotécaria registrada naquele país no final de 2008.

As exportações de rochas fluminenses sofreram queda de 49,7% em julho em relação ao mesmo mês do ano passado, acumulando  uma variação negativa de 38% nos embarques ao exterior, este ano. O economista da Firjan salientou, entretanto, que em relação ao mercado interno, o segmento de rochas não mostrou uma diminuição muito significativa das vendas, porque a construção civil não foi muito efetado pela crise.

“A crise afetou dois pontos  muito fortes. Primeiro foi o setor de crédito, depois foram as exportações. A construção civil vive de crédito. E um dos prognósticos positivos para o setor da construção civil  é o saldo deficitário que a gente tem em habitação. Muitas casas têm que ser criadas para poder acomodar a demanda. Além disso, o crédito acabou não afetando de forma tão severa como se esperava o setor da construção civil, que continua contratando. E a tendência agora é de retomada dos projetos”, disse o economista.