Italiano preso sob acusação de abusar da filha de 8 anos é transferido para hospital

07/09/2009 - 10h57

Luciana Lima
Enviada especial
Fortaleza - O italiano preso emFortaleza, por suspeita de ter abusado sexualmente da própria filha, foitransferido para o hospital na tarde de ontem (6) devido a uma crisehipertensiva. O diagnóstico foi assinado pela médica JonaínaOliveira, levada pelo advogado Flávio Jacinto ao 2º Distrito Policial, onde o italianoestava preso desde a última terça-feira.“Quando chegamos àdelegacia, vimos que ele estava muito tenso, nervoso e não tinhacomido. Por isso, resolvemos buscar um médico para que o atendesse.Ao medir a pressão sangüínea, ela determinou que ele fossetransferido para o hospital e pediu uma série de exames”, contou Flávio Jacinto. O italiano estáinternado no terceiro andar do Hospital Gênesis na companhia damulher e sob escolta da polícia. A transferência, no entanto, nãofoi determinada pela Justiça. De acordo com o advogado, bastou odiagnóstico da médica para que ele fosse levado ao hospital, que éparticular.A acusação contrao italiano é que ele teria cometido estupro vulnerável, previsto noArtigo 217-A, da Lei 12.015, que entrou em vigor em agosto último.De acordo com o relato de um casal de turistas brasileiros, ele teriabeijado a filha e acariciado suas partes íntimas dentro dapiscina de uma das barracas localizadas na Praia do Futuro, emFortaleza. Caso fique comprovado o abuso, a lei prevê pena de oito a15 anos de prisão. O inquérito policial tramita emsegredo de Justiça. Quatro testemunhas já foram ouvidas, entreelas o casal. Segundo a delegada Ivana Timbó, chefe daDelegacia de Combate à Exploração de Crianças e Adolescente(Dceca), responsável pela apuração do caso, as informaçõesprestadas foram muito veementes. As duas testemunhas disseram que oitaliano estava dentro da piscina com a filha e disse que as caríciasfeita por ele na filha incomodaram várias pessoas que estavam nabarraca.A menina também foiouvida pela polícia, na companhia da mãe, de uma psicóloga e de uma assistentesocial. A delegada pretende ouvir mais três testemunhas amanhã (8).São funcionários da barraca onde o crime teria ocorrido. Ivana disse ainda que espera concluir o inquérito até a próximaquinta-feira. O fato de o italiano ser pai da menina não está sendoquestionado. “Não faz diferença na nova lei. O crime é o mesmo”,disse a delegada.Com a repercussão do caso, o casal de turistasbrasilienses que acusou o italiano antecipou a volta para casa. Umadas testemunha chegou a dizer que o beijo que o pai deu na filha nãoapenas um “selinho”, um beijo rápido, como alegou a mãe damenina, que disse ser costume da família se cumprimentar dessaforma.