Brasil e França fecham contratos para a compra de helicópteros

07/09/2009 - 17h15

Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os presidentes LuizInácio Lula da Silva e Nicolas Sarkozy, da França,fecharam hoje (7) a compra de 50 helicópteros de transportemilitar. Os helicópteros serão produzidos pelaHelibras, que tem entre os acionistas a francesa Eurocopter. Além disso, os presidentes concluíram os contratos comerciais e de financiamento para a cooperação em matéria de submarinos. França e Brasil irão fabricar em conjunto quatro submarinos comuns e um com propulsão nuclear.Lula afirmou que a parceria é fundamentalna estratégia de defesa brasileira.“Vamos produzirconjuntamente equipamentos que reforçarão a capacidadetecnológica do Brasil de proteger e valorizar suas riquezasnaturais. Esse é um componente fundamental da estratégiade defesa, que o meu governo aprovou”, disse Lula.De acordo com o presidente Lula, o Brasil apostaem um projeto de defesa voltado para a construção dapaz no continente, da confiança, da integração eda construção do desenvolvimento da região. Sobre a compra dos caças franceses Rafale,Lula disse que o mais importante é a transferência datecnologia. “Para nós, o avião é muitoimportante, mas o mais importante é termos acesso àtecnologia de forma a produzirmos esse avião no Brasil. E éisso que estamos negociando agora com o ministro da Defesa [NelsonJobim] e com o comandante da Aeronáutica [JunitiSaito]”, explicou Lula. O presidente não esclareceu se a licitaçãopara a compra dos caças já estava fechada. Ele adiantouque vai se reunir essa semana com o ministro da Defesa, Nelson Jobim,e com o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito,para discutir pormenores.O presidente da França, Nicolas Sarkozy,disse que os dois países vão produzir juntos tanto osaviões Raffale quanto os helicópteros. “Asnegociações estão começando”, disseSarkozy.O ministro das Relações Exteriores,Celso Amorim, que falou com a imprensa após o evento, tambémnão confirmou se a licitação para a compra doscaças estava terminada. “A decisão tomada foi a denegociar com um fornecedor e não iniciar com os outros”,disse Amorim. Também estavam na concorrência com oRafale o avião de uma empresa sueca e o de umaempresa dos Estados Unidos.Os presidentes falaram ainda sobre a crisefinanceira internacional e afirmaram que tem posiçõesconjuntas sobre o tema. Lula disse que o G20 tem um papel importantena nova ordem mundial que vai surgir com a crise financeirainternacional. “Já ficou claro que o mundo não vaisobreviver a uma terceira onda de especulação como essaque nós tivemos”, disse Lula. Ele também falou da necessidade de reformade instituições como o Fundo MonetárioInternacional (FMI) e do Banco Mundial (BM). “O Brasil nãoemprestou US$ 10 bilhões ao FMI para tudo ficar como antes”,disse. Para Lula, essas instituições não podemcontinuar emprestando dinheiro e cobrando imposiçõesque acabam fazendo com que o país mesmo tendo dinheiro nãoconsiga pegar um empréstimo. “Não cabe ao emprestador impor condiçõespara emprestar dinheiro. O que o emprestador tem que querer égarantia de que vai se ressarcido pelo empréstimo”, afirmou.Os dois presidentes também conversaramsobre a reforma do Conselho de Segurança da Organizaçãodas Nações Unidas. Sarkozy disse que apóia oBrasil no pleito a uma vaga permanente no conselho e defendeu queoutros países também possam ter um assento permanente. “As Nações Unidas devem sereformar ou correm o risco de perder a legitimidade. Estamos noséculo 21, não posso acreditar que a África nãotenha um representante no Conselho de Segurança. Tambémnão acredito que, no café da manhã do G8, nãopossamos convidar o Brasil.”, afirmou.Lula e Sarkozy também assinaram acordos nasáreas de transporte, migração, defesa ecooperação policial.