Países do Bric pedem que governos mantenham gastos para estimular economia mundial

04/09/2009 - 20h21

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os países do G20, grupo formado pelas 20 maiores economias do mundo, não devem parar de ampliar os gastos e reduzir os impostos e os juros para restaurar o crescimento econômico mundial, concluíram os ministros de finanças e os presidentes dos bancos centrais do Brasil, da Rússia, Índia e China (Bric). Reunidos em Londres, eles defenderam a manutenção das políticas anticíclicas (medidas de estímulo econômico) pelas principais economias do planeta.Em comunicado conjunto, os países do Bric afirmaram que, apesar dos sinais positivos detectados nos últimos meses, ainda é cedo para decretar o fim da crise. “A economia global ainda atravessa grande incerteza e riscos significativos permanecem para a estabilidade econômica e financeira”, destacou o texto, que teve a assinatura do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.Na avaliação do Bric, a recuperação econômica está relacionada às medidas “sem precedentes” tomadas pelas principais economias em todo o mundo com o objetivo de restaurar a estabilidade e o crescimento. “Os países do G20 devem continuar a implementar políticas anticíclicas fiscais e monetárias de maneira sustentável e internacionalmente coordenada”, afirmou o comunicado.O documento também condenou o protecionismo, tanto no sentido comercial como financeiro. Os países do Bric defenderam a retomada das negociações da Rodada Doha na Organização Mundial do Comércio (OMC), interrompidas no ano passado. “Os governos deveriam trabalhar em direção à conclusão breve e bem-sucedida da Rodada Doha de maneira a assegurar um resultado ambicioso, abrangente e equilibrado”, ressaltou.Apesar de apoiarem a regulamentação dos mercados financeiros, as quatro maiores economias emergentes do mundo sugeriram prudência para que as reformas não resultem em barreiras para a movimentação de recursos entre os países. “As reformas regulatórias em curso no setor financeiro não devem impedir o fluxo internacional de capitais e os investimentos”.No encontro, os ministros e os presidentes de bancos centrais também defenderam a ampliação da presença dos países emergentes no Fundo Monetário Internacional (FMI) e no Banco Mundial. Eles reivindicaram que as nações desenvolvidas transfiram 7% das cotas no FMI e 6% da participação no Banco Mundial para as nações emergentes e em desenvolvimento.Os países do Bric também pediram a reformulação nos critérios para a eleição do diretor-gerente do FMI e do presidente do Banco Mundial. No comunicado, eles sugeriram que a escolha seja feita de forma aberta e com base no mérito dos dirigentes. Atualmente, esses cargos são ocupados por meio de um rodízio entre os Estados Unidos e a Europa.Amanhã (5), Mantega e Meirelles participam da reunião do G20 que preparará o encontro de chefes de Estado que ocorrerá em Pittsburgh, nos Estados Unidos. A reunião será nos dias 24 e 25.