Lula se dispõe a conversar com parlamentares mesmo decidido a não retirar urgência do pré-sal

03/09/2009 - 16h19

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Embora esteja convencido da necessidade de mantero regime de urgência para os quatro projetos que definem regraspara o pré-sal, o presidenteLuiz Inácio Lula da Silva não fechou totalmente asportas para a possibilidade de que haja mudança nessa posição.Lula, que participou hoje (3) da reunião do ConselhoPolítico, com ministros e parlamentares da base aliada, dissenão estar disposto a retirar a urgência, mas que podevoltar a conversar com os parlamentares sobre o assunto na próximasemana, de acordo com relatos de fontes do Palácio doPlanalto. A intenção seria esperar para ver como se darão as discussões com relação ao tema na Câmara dos Deputados, nos próximosdias.Na Câmara, a oposição jáhavia avisado que iria obstruir as votações no plenárioe nas comissões caso a urgência constitucional dosprojetos fosse mantida. Até mesmo partidos da base aliada naCasa, como PMDB, PTB, PR e o PP se manifestaram contra aurgência. A reclamação geral é que o prazode 90 dias é muito curto para as discussões sobre otema.O deputado Eduardo Henrique Alves (PMDB-RN), favorávelà retirada da urgência, afirmou que, nesse momento, opresidente mostrou convicção em relaçãoà posição de manter a urgência dosprojetos, mas lembrou que a postura de Lula é semprede abertura ao diálogo. “Ele está sempreaberto à ponderação dos líderes, daquiloque a Casa venha refletir em cada momento, mas a decisão delehoje foi peremptória, até mais do que na reuniãoanterior de manter a urgência constitucional”.Oministro de Relações Institucionais, José MúcioMonteiro, reafirmou a posição de que “a decisãodo presidente nesse momento é manter a urgência”. Aurgência constitucional foi tratada de forma rápida nareunião do Conselho Político, que teve como assuntocentral a Contribuição Social para a Saúde(CSS). Depois de quase uma hora de reunião, o presidente Lulafoi quem tocou brevemente no assunto do pré-sal e, depois,deixou a reunião para cumprir compromissos de agenda. Apósa saída de Lula, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão,e o vice-presidente da República, José Alencar,defenderam a necessidade de manter a urgência dos projetos delei. No último domingo (30), depois do jantar que Lula ofereceu aos governadores, o governo informou que os quatro projetos nãoseriam enviados ao Congresso em regime de urgência. Nasegunda-feira (31), o presidente foi convencido por líderes departido a optar pela urgência constitucional.