IBGE constata que cesarianas são quase metade dos partos no país

02/09/2009 - 18h58

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O número de cesarianas no Brasilrepresenta 43 % dos partos no país, índice consideradoalto e distante do ideal recomendado pela OrganizaçãoMundial da Saúde (OMS), que aponta o parto normal como opçãomais saudável para a mãe e o bebê.De acordo com a OMS, ascesarianas deveriam se limitar a situações de risco.Odado foi apresentado hoje (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografiae Estatística (IBGE) e consta da publicaçãoIndicadores Sociodemográficos e de Saúde no Brasil.Segundo o documento,nas regiões Sul e Sudeste foram realizados, percentualmente, omaior número de cesarianas, em 2006. Na Região Norte,foi registrado o menor percentual.Embora mais arriscado paraa saúde da mulher e da criança, segundo os médicos,os partos cesáreos são mais comuns entre as mulheresmais instruídas, alcançando 70% entre as mãescom mais de 12 anos de estudo e 80% dos partos feitos pelos planos desaúde.No sistema público de saúde, ascesáreas são 26% dos partos, ainda acima darecomendação da OMS, que defende o percentual de 15% para este procedimentoentre o total de partos.Segundo a FederaçãoBrasileira de Associações de Ginecologia e Obstetrícia,os dois tipos de parto apresentam vantagens e desvantagens e a opçãopor um determinado procedimento deve ser da gestante.“Oparto vaginal tem a vantagem da recuperação maisrápida, da mulher não precisa voltar para tirar ospontos e pela facilidade para a amamentação”,explicou o médio Olímpio Barbosa de Morais. “Acesárea previne da ruptura do períneo, do ânus ede outros problemas urinários, principalmente para mulherescom mais de um filho”, completou.O obstetra, presidente dacomissão de assistência ao parto da federação,ponderou também que o número sugerido pela OMS para ascesáreas está obsoleto. “As cesarianas nãoimplicam risco de morte para as mulheres. Quem morre, hoje, decesárea, são as mulheres negras e indígenas, quesão mal assistidas”, destacou.