Empresas cogitam substituir óleo por gás em usinas térmicas, segundo EPE

02/09/2009 - 14h17

Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, disse hoje (2), em audiência pública na comissão parlamentar de inquérito (CPI) destinada a investigar a formação dos valores das tarifas de energia elétrica no Brasil, que há empresas interessadas em saber se é possível substituir o óleo, utilizado como combustível por usinas térmicas, por gás.Tolmasquim explicou que, nos leilões recentes, esperava-se uma participação maior das hidrelétricas. Mas, por causa da dificuldade para obtenção de licenças ambientais, essas participações diminuíram e, com isso, foram contratadas mais usinas térmicas a óleo do que havia sido previsto.“Houve então uma queda de demanda em 2009, associada a uma perspectiva de aumento de oferta de gás natural advindo do pré-sal. Com isso, os investidores que contrataram as térmicas questionaram se havia ou não a possibilidade de troca do combustível utilizado [óleo] por gás natural”, explicou o presidente da EPE. “Não decidimos nada porque qualquer coisa só poderia ser feita após a aprovação da Aneel [Agência Nacional de Energia Elétrica]. O que fizemos foi apenas uma análise refletindo sobre a possibilidade de troca do combustível dessas usinas” disse Tolmasquim. Segundo ele, após a aprovação da Aneel, outras questões teriam que ser resolvidas. "Precisamos, ainda, saber se o empreendedor está disposto a fazer esse investimento, se a Petrobras tem gás disponível [para as usinas] e, inclusive, se há possibilidades de acordo comercial para tanto. Enfim, há ainda muito a ser ultrapassado.”Perguntado sobre a possibilidade de as usinas térmicas adotarem outro combustível, o diretor-geral da Aneel, Nelson José Hubner Moreira, disse que a agência “está analisando aspectos técnicos e jurídicos” do caso, para ver se os leilões vinculam ou não as usinas ao combustível contratado.“Se houver possibilidade de mudar para um combustível menos poluente, será do nosso interesse. Mas precisamos aguardar a conclusão das nossas assessorias técnica e jurídica”, afirmou Hubner.A CPI da Câmara foi criada com o objetivo de esclarecer os motivos que fazem a tarifa média brasileira ser maior do que a de países desenvolvidos.