CNI considera inaceitável manutenção da taxa Selic em 8,75% ao ano

02/09/2009 - 20h44

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Amanutenção da taxa básica de juros em 8,75% ao ano “éinaceitável”, de acordo com o presidente da ConfederaçãoNacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto. Tão logo oComitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC)divulgou a interrupção do processo de flexibilização da Selic,ele criticou a decisão, que considera equivocada.Opresidente da CNI diz que a nota do Copom dá a entender que a crisefoi superada, mas “essa crença não condiz com a realidade”,segundo ele, porque a indústria ainda sofre os efeitos recessivosque a crise provocou. Lembrou que, “apesar dos sinais derecuperação serem claros, a completa superação da crise aindaestá distante”.Indicadoresindustriais da CNI mostram que o número de empregos no setor caiupelo oitavo mês seguido em junho, e o nível de utilização dacapacidade instalada do parque fabril brasileiro “está muitoabaixo do registrado antes da crise”, que se deteriorou a partir desetembro do ano passado.Monteiroargumentou também que inexistem pressões inflacionárias. “Nãohá, portanto, justificativa para não prosseguir com os cortes dosjuros. As taxas brasileiras permanecem muito acima dasinternacionais, o que contribui para a valorização do real diantedo dólar e retarda o processo de recuperação da atividadeindustrial.”Deacordo com ele, os cortes feitos nas reuniões anteriores do Copom(de 13,75%, em janeiro, para os atuais 8,75%) foram positivos, masinsuficientes para a indústria retomar o ritmo de crescimento doprimeiro semestre de 2008. Por isso, novos projetos de investimentoestão travados e a expansão da capacidade produtiva só seráretomada com uma taxa substancialmente menor que a atual.Enquantoisso não vem, ele diz que “a decisão do Copom contribui para quea recuperação seja vagarosa, o que traz enormes prejuízos para aprodução e o emprego do país”.