Senasp deve investir até R$ 100 milhões na compra de helicópteros para patrulhamento

29/08/2009 - 17h40

Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Secretaria Nacionalde Segurança Pública (Senasp), do Ministério daJustiça, deverá investir este ano entre R$ 80 milhõese R$ 100 milhões na compra de helicópteros ehidroaviões que, em sua maioria, serão entregues agovernos estaduais para serem usados no patrulhamento ostensivo.Segundo o secretário Ricardo Balestreri, a iniciativa fazparte da Política Nacional de Aviação emSegurança Pública, instituída em 2008, com oobjetivo de atingir o “Brasil profundo”. “Historicamente, asregiões onde vivem os ribeirinhos, os sertanejos, as regiõesfronteiriças que, juntas, constituem a maior parte do país,foram esquecidas no campo da segurança pública. E nãoé possível proporcionar segurança para apenasuma parte da população. É preciso fazer paratodos. O problema é que, para isso, é preciso chegarnessas regiões aonde não se chega de automóvel”,disse Balestreri à Agência Brasil.Segundo o secretário,em 2008 a Senasp investiu cerca de R$ 80 milhões na aquisiçãode helicópteros. Balestreri não soube precisar quantasaeronaves foram compradas, mas garantiu que, somados os recursosdeste ano, “quase a totalidade dos estados brasileiros serábeneficiada” pela iniciativa. De acordo com ele, alguns estados“pela primeira vez vão conseguir estruturar uma políticade segurança pública em suas fronteiras”.“Nos estadosamazônicos, por exemplo, não há viatura queacesse a maior parte das populações, as quais sóse chega por via aérea ou hídrica. É o caso doAcre, um estado que faz fronteira com países por onde passa otráfico de armas e drogas”, exemplificou.Balestreri participou,na quarta-feira (26), da cerimônia de entrega de um helicópteroao governo do Acre. “Uma ponta do país que estavacompletamente desguarnecida devido à falta de um pensamentoestratégico”, disse.De acordo comBalestreri, uma frota aérea é capaz de qualificar arepressão ao crime, dotando as forças de segurançade maior rapidez e agilidade. “Obviamente épreciso continuar comprando viaturas, mas como fica o sujeito quemora nos confins da Amazônia, no sertão ou aonde sóse chega por via aérea ou hídrica? Montando uma rede deaviação em segurança, estamos dotando o paísde uma visão do alto, com larga perspectiva Neste paíssempre se comprou muita viatura, que duram em média entre seismeses e dois anos, ao fim dos quais a frota tem que ser substituída,enquanto por parâmetros internacionais um helicópteroequivale a cerca de 35 viaturas e dura em média 30 anos”,explicou Balestreri.Ainda segundo osecretário, a Política Nacional de Aviaçãoem Segurança Pública não se limita àcompra de aeronaves, compondo uma “visão sistêmica decurto, médio e longo prazos”, da qual fazem parte acapacitação de pilotos, a preocupação coma segurança aérea e a instalaçãode uma base aeropolicial da Força Nacional de SegurançaPública na cidade de Ponta Porã (MS). “Não compramoshelicópteros e aviões para qualquer estado. Sórepassamos as aeronaves para aqueles estados que estãocapacitados. Firmamos convênios com as unidades da federaçãoque tem que concordar com todas as normas de segurançaimpostas pela Senasp”, disse o secretário.