Ambientalistas fazem apitaço no Rio para iniciar contagem regressiva até Convenção do Clima

29/08/2009 - 17h45

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Ambientalistas e ativistas ligados à organização não governamental Greenpeace realizam no fim da tarde de hoje (29), na Praia de Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro, uma manifestação para marcar os 100 dias até o início da 15ª Reunião da Convenção do Clima, que será realizada de 7 a 18 de dezembro, em Copenhague, na Dinamarca. Durante o encontro, será discutido um novo tratado internacional para substituir o Protocolo de Quioto, que estabelece limites às emissões de gases de efeito estufa e expira em 2012.De acordo com o coordenador do grupo local do Greenpeace no Rio, Pedro Torres, durante a mobilização de hoje os manifestantes vão marchar munidos de apitos, panelas e tambores, promovendo “um grande toque de despertar”. Segundo ele, a contagem regressiva, que também está sendo iniciada em mais sete capitais brasileiras, tem o objetivo de mobilizar a sociedade e pressionar as autoridades brasileiras para assumir uma posição de liderança nessa questão.“A reunião de Copenhague é histórica. Lá serão definidas as medidas que cada país vai adotar no combate às mudanças climáticas. O Brasil precisa ter um papel de vanguarda, de liderança nesse processo porque é o quarto maior emissor de gases de efeito estufa, principalmente por causa dos desmatamentos na Amazônia, que contribuem para o aquecimento global.”Os ativistas também vão recolher assinaturas nos locais de manifestação para um documento que será encaminhado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O objetivo é pedir que o país adote metas consideradas fundamentais para conter o aquecimento global como zerar o desmatamento da Amazônia até 2015 e apoiar a criação de um fundo financeiro internacional para dar suporte a essa redução; garantir que pelo menos 25% da eletricidade produzida no país sejam gerados a partir de fontes renováveis de energia como vento, sol, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas até 2020 e apoiar a transferência de tecnologia entre países; e transformar pelo menos 30% do território costeiro marinho do Brasil em áreas protegidas até 2020.“Está em cima da hora, mas ainda dá tempo de assumir essas metas. Temos que nos apressar porque talvez seja o último momento possível para que isso aconteça, por isso é preciso que a população esteja mobilizada e que nossas autoridades estejam prontas para representar o país no encontro de Copenhague”, avaliou o coordenador.