Governo estuda novo modelo de desenvolvimento para pequenos empreendedores

28/08/2009 - 16h48

Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O governo está formulando um plano de desenvolvimento estratégicopara estimular o empreendedorismo nas periferias e regiões pobres dopaís. A tarefa está a cargo da Secretaria de Assuntos Estratégicos, emconjunto com alguns ministérios, informou hoje (28) o ministrointerino da Secretaria, Daniel Vargas, em visita  à organização não governamental (ONG) Observatório de Favelas, no Complexo da Maré, zona norte do Rio de Janeiro. O objetivo da visita foi conhecer potencialidades e experiências inovadoras na comunidade. “Hojeo grande desafio do Brasil é identificar maneiras eficazes dedemocratizar as oportunidades de produção para esses empreendedoresemergentes que vieram de baixo. Mexer nas regras que organizam aatuação das instituições públicas para oferecer a esse públicocondições de acesso ao crédito, à capacitação gerencial", afirmou o ministro interino. Segundo oministro, os programas sociais e de transferência implementados nosúltimos anos estimularam um novo mercado consumidor nas periferias eregiões mais pobres do país, criando uma nova classe de empreendedoresemergentes, na sua maioria informais. “Investir nesse público significafortalecer o mercado interno, gerar novos empregos locais econseqüentemente inclusão social.”  O ministro falou que emalgumas cidades, pequenos e médios empresários já mudaram a realidadedo Brasil, apesar da falta de apoio e assistência. “As cidades deToritama e Caruaru, em Pernambuco, no meio do semi-árido nordestino,são responsáveis pela produção de 30% de todo o jeans produzido nopaís”.Vargas já esteve no Nordeste, na Amazônia e no Centro Oestee pretende visitar periferias nas principais capitais do país antes deconsolidar as diretrizes do novo modelo, que, segundo ele, seráconcluído nas próximas semanas.Durante a visita, o coordenador-geral do Observatório de Favelas, Jorge Luiz Barbosa, explicou ao ministro que a Marétem cerca de 4 mil pequenas e médias empresas que trabalham nainformalidade devido aos obstáculos e à burocracia que enfrentam parase regularizarem. Segundo ele, as políticas públicas são, na suamaioria, descontínuas e precárias. Apesar de ter cerca de 134 mil habitantes, assinalou, a Maré não tem sequer uma agência do Banco do Brasil ou da Caixa Econômica, um posto dos Correios ou centros de capacitação.