Programa leva professores brasileiros para curso no maior centro de pesquisas físicas do mundo

27/08/2009 - 16h35

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Professores brasileiros defísica do ensino médio de escolas e centrostecnológicos federais viajam no próximo sábado(29) para a Suíça, onde participarão, emGenebra, de curso promovido pela Organização Europeiapara a Pesquisa Nuclear (Cern, na sigla em francês). A entidadedesenvolve o mais famoso experimento científico da atualidade,que é o grande acelerador de partículas, conhecido comoLHC (Large Hadrons Collider). Esta é aprimeira vez que o Brasil participa da iniciativa do Cern, querealiza cursos semelhantes em vários países europeus,nos idiomas específicos de cada nação. Serão 11 professores brasileiros que integrarão a delegaçãode Portugal, uma vez que o curso é ministrado no idiomaportuguês. “É um programapara fazer com que professores do segundo grau tomem conhecimento decomo a ciência no mundo opera. E é uma maneira de fazercom que eles levem isso para a sala de aula. Essa é a grandevirtude do programa”, disse hoje (27) Ronald Shellard, vice-presidenteda Sociedade Brasileira de Física (SBF) e pesquisador do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF). Os professoresbrasileiros vão conhecer os laboratórios e osprojetos científicos do Cern, considerado o mais respeitadocentro de pesquisas em física de todo o mundo. A expectativa,disse Shellard, é que o efeito multiplicador da visita sejarelevante. “Porque cadaprofessor tem classes especiais onde os alunos podem interagir com alunos do resto do mundo. Vamos ver como funciona com o nossopessoal. Eu tenho esperança, porque colocar um professordentro do laboratório muda a cabeça dele.” Nessa primeira versãodo programa no Brasil, aSBF estabeleceu como critério a participaçãoexclusiva de professores de física de instituiçõesfederais que apresentassem alguma produção na áreade ensino, tendo sido observados também critérios como as atividades da escola e sua distribuição geográfica. O processo de seleção teve 43 inscrições.No final, foram selecionados 11 professores. Segundo Shellard, o objetivo é estender o processo seletivo para professores de todo o país de escolas públicas e privadas, podendo chegar a 15 vagas nas próximas versões.Hoje, patrocinam o projeto a Secretaria de Inclusão Social do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), o CBPF (instituto de pesquisa vinculado ao MCT e o Cern. De acordo com Shellard, a organização buscará também a parceria do Ministérioda Educação, para que integre o rol depatrocinadores. Os professores brasileiros que partem no sábado ficarão durante uma semana na Suíça. Eles voltam ao Brasil no dia 5 de setembro. Seráelaborado um relatório sobre sua participação no programa. O professorGilberto Morel de Paula e Souza, do Centro Federal de EducaçãoTecnológica do Rio Grande do Norte (Cefetrn), foi um dos escolhidos para a visita científica à Suíça. “Fiquei muito surpreso e agradecido, porque é umaoportunidade que poucas pessoas têm de fazer estágionesse centro de pesquisas, principalmente, no acelerador departículas”. Ter um professordo Cefetrn selecionado para o programa do Cern, na opinião de Gilberto Souza, “coloca a gente do Nordeste emum ambiente científico muito mais elevado e valoriza o nossotrabalho. Para mim, foi uma satisfação imensa ter sidoselecionado”.