Metalúrgicos lançam campanha salarial com manifestação na Avenida Paulista

27/08/2009 - 14h05

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Os metalúrgicos ligados à Força Sindical com data-base em 1º de novembro abriram hoje (27) a campanha salarial de cerca de 800 mil trabalhadores, antecipando em um mês o ato de entrega da pauta de reivindicações à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e aos grupos de representação das empresas.Em mais de cem automóveis, eles percorreram cerca de 2 quilômetros da sede da Federação dos Metalúrgicos de São Paulo, em Higienópolis, na zona oeste, até a sede da Fiesp, na Avenida Paulista.Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), a pista no sentido Consolação-Paraíso não chegou a ser bloqueada, mas a manifestação causou morosidade naquela região. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, Miguel Torres, justificou a decisão de antecipar as negociações com a situação atípica deste ano, em função dos efeitos da crise internacional, e de ser um ano de discussão de cláusulas sociais.A redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem perda salarial, bandeira nacional da centrais sindicais, é uma das principais  reivindicações da categoria. Para os metalúrgicos, a melhora da produtividade da indústria justificaria a redução de jornada.Além de tratar das questões econômicas, normalmente levadas para as rodadas de negociações com os representantes patronais, neste ano terão de ser incluídas na pauta os acordos fechados de forma isolada com as empresas que enfrentaram redução de encomendas, principalmente na queda de vendas dos produtos exportados, em consequência da crise financeira internacional. Nesse caso, os metalúrgicos abriram mão de ganhos salariais com redução da jornada para evitar demissões.Outro aspecto que diferencia esta campanha da anterior é a retomada das negociações sobre 140 claúsulas da convenção coletiva de trabalho, realizadas a cada dois anos. Elas envolvem a proteção legal de estabilidade no emprego de profissionais em caso de doença ou de sequelas por acidente de trabalho, entre outros pontos. “São direitos que sempre causam polêmica na hora de renovar os contratos”, afirmou Miguel Torres. A campanha também pretende garantir que os trabalhadores estejam mais mobilizados em caso de dificuldades para se chegar um bom resultado. Segundo Miguel Torres, na pauta não foi ainda incluído o percentual de reajuste a ser pleiteado, porque a equipe econômica da Federação dos Metalúrgicos ainda estuda o valor. Eles ainda terão de esperar a definição da variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) para os cálculos da reposição de perdas inflacionárias.