Lula diz que recurso do pré-sal deve ser carimbado para educação e combate à pobreza

27/08/2009 - 15h57

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silvadisse hoje (27) que o ideal é que o dinheiro da exploraçãodo petróleo da camada pré-sal seja “carimbado” paraas áreas de educação, ciência e tecnologiae combate à pobreza. “Se a gente pulverizar essedinheiro, ele vai entrar no ralo do governo e não vai produzirnada. Então, queremos carimbar o que a gente vai fazer, sempermitir que meu companheiro Guido Mantega [ministro da Fazenda]venha contingenciar, ou quem vier depois. Precisamos ter carimbados aeducação, ciência e tecnologia e o combate àpobreza”, disse, em discurso no encerramento da reunião doConselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES). Ogoverno já comunicou que deve enviar o projeto do marcoregulatório do pré-sal ao Congresso Nacional em regimede urgência, o que resultou em críticas de que sobrarápouco tempo para que o projeto seja discutido com a sociedade. Luladisse que é preciso ter pressa na aprovação domarco regulatório e, se o tempo é considerado curtopara o debate, a solução é “ trabalhar maishoras discutindo”. O presidente discordou daqueles queestão classificando como dura a posição dogoverno em relação à distribuiçãodos recursos da exploração do pré-sal. Segundoele, os países que se desenvolveram na área do petróleofizeram mudanças no marco regulatório.Nosúltimos dias, os governadores do Rio de Janeiro e EspíritoSanto demonstraram descontentamento com o modelo de partilha dosroyalties do pré-sal, alegando que esses estadosperderão em arrecadação.Lula dissetambém que o Brasil precisa ter sua própria indústriapetrolífera. “O Brasil precisa criar definitivamente suaindústria petrolífera. Esse país vai precisarcomprar navios, sondas, plataforma, esse país tem que ter umasdas mais modernas indústrias petrolíferas.” Aofalar aos conselheiros do CDES sobre a situaçãoeconômica do país, Lula disse que, em 2010, o Brasilalcançará um bom crescimento e garantiu que nãobrincará com a estabilidade econômica brasileira por2010 ser um ano eleitoral. “Não pense que a gentevai brincar com a política fiscal, com a inflação.A gente não vai permitir que esse país sofra osretrocessos cíclicos que, historicamente, ele sofreu. Nãopense que a campanha política me fará fazer algumacosia que, depois da eleição, quem ganhar sejaprejudicado, porque não farei isso.”