Petrobras nega superfaturamento em obras de terraplanagem da Refinaria Abreu e Lima

26/08/2009 - 12h08

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Petrobras atribui aelevação dos custos de construção da Refinaria Abreu e Lima (PE),que saltaram do orçamento inicial de US$ 4,05 bilhões para US$ 12bilhões à variação da taxa de câmbio, ao aumento da capacidadede refino e à alta dos preços de serviços e equipamentos em funçãodo aquecimento da indústria do petróleo até meados de 2008.Sobre a denúnciapublicada hoje (26) na imprensa de que os técnicos do Tribunal deContas da União (TCU) identificaram superfaturamento de 1.490% nopagamento de verbas indenizatória nas obras do Complexo Petroquímicodo Rio de Janeiro (Comperj) em 2008, a empresa ainda não sepronunciou.Na nota divulgada nanoite de ontem (25), a estatal esclarece que durante a fase deelaboração do projeto conceitual (Fase 2), a refinaria foi orçadaem US$ 4,05 bilhões, mas que a capacidade então era de processaraté 200 mil barris de petróleo por dia.Segundo a Petrobras, naépoca, o investimento na construção de uma refinaria era de US$ 20mil por barril de capacidade, segundo parâmetros internacionais. Coma conclusão do Projeto Básico (Fase 3) e o aumento da capacidade derefino para 230 mil barris/dia, os investimentos, justifica, chegarama US$ 12 bilhões.“Esse valor éperfeitamente compatível com os custos de construção de umarefinaria, hoje na faixa de US$ 50 mil por barril de capacidade. Ataxa de câmbio também teve efeito nessas projeções”, ressalta acompanhia.A empresa sustenta queo projeto ganhou um novo sistema de tratamento de enxofre e dediminuição de emissões de gases tóxicos e esclarece que oinvestimento ainda não está aprovado pela Diretoria Executiva e queainda está trabalhando para reduzir os custos da refinaria.“A medida é umaresposta a um contexto de crise internacional, em que a demanda porprodutos e serviços na indústria do petróleo deverá cair e,consequentemente, haverá reduções nos preços destes produtos eserviços”, acredita. Na nota a Petrobraslembra que “várias licitações já foram canceladas e novamenteinstauradas, os processos de contratação estão em andamento e aspropostas estão sendo avaliadas pelas equipes técnicas. Por isso,não está definido ainda o valor total da refinaria”. Apesar doscancelamentos, a empresa sustenta que não haverá atrasos nocronograma da obra, uma vez que “os trabalhos já contratados podemser realizados de forma independente das licitações em curso. Aterraplanagem está 85% concluída e a construção das edificaçõesjá foi iniciada, de modo que a refinaria começa a operar noprimeiro trimestre de 2011”, como previsto inicialmente.