Líderes aliados pressionam governo para liberar emendas orçamentárias

26/08/2009 - 18h56

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os líderes partidáriosda base aliada pressionaram hoje (26) o governo para liberar osrecursos das emendas parlamentares aprovadas no orçamento. O atrasona liberação das verbas está dificultando as votações na Câmarados Deputados, porque os aliados estão deixando de apreciar asmatérias para fazer com que o governo autorize os repasses.Buscando uma soluçãopara impasse, os líderes da base se reuniram com os ministros doPlanejamento, Paulo Bernardo, e das Relações Institucionais, JoséMúcio, para cobrar o cumprimento da lei orçamentária no que serefere às emendas do orçamento apresentadas pelos parlamentares.O líder do PMDB,deputado Henrique Eduardo Alves (RN), disse que chegou à reuniãopessimista e que saia otimista. “Queremos que o Executivo permitaque se execute a parte do Legislativo, dos parlamentares, na suaintegralidade. Não R$ 1 bilhão aqui. Queremos os recursostotalmente liberados, porque isso corresponde a expectativa demilhares de municípios. São obras pequenas, mas importantes, como aconstrução de pequenas adutoras, postos de saúde, creches eestradas vicinais.”Segundo Eduardo Alves,Paulo Bernardo entendeu a posição dos líderes e mostrou asdificuldades financeiras e as demandas existentes, mas disse que atésexta-feira (28) encaminhará ao ministro José Múcio um cronogramade liberação das emendas parlamentares. “Demos um último créditoa área econômica do governo, até porque eu soube que houve ainterferência direta e positiva do presidente Lula. Então, acho queagora o ministro tem o nosso crédito. Vamos votar as matérias.”O peemedebistareafirmou que os aliados querem a liberação da integralidade dasemendas e não parte delas. “Parcela não nos satisfaz. A gentequer a integralidade, o cumprimento da lei orçamentária – R$ 6bilhões até o final do ano”. Segundo o líder, cerca de R$ 1bilhão das emendas já foi autorizado.O líder do governo,deputado Henrique Fontana (PT-RS), disse que não se tratou debarganha para a liberação das emendas em troca de votações noCongresso, “mas da correta execução orçamentária, de acordo coma disponibilidade de caixa do governo”. Ele reconheceu que com acrise está havendo dificuldades e queda na arrecadação. Mas ogoverno, acrescentou, entende que quanto mais rápidos os projetosforem executados, melhor para a economia do país. “Nosso empenho ésempre encontrar mais recursos para acelerar obras.”Ao final do encontro,José Múcio disse que o resultado da reunião foi bom, mas nãoconclusivo porque os líderes fizeram propostas para antecipar umpouco o calendário de liberação das emendas. Ele informou que jáforma liberados cerca de R$ 1 bilhão e que, em pouco tempo, serãorepassados mais R$ 1 bilhão. Em relação ao restante dos recursos,cerca de R$ 4 bilhões, será apresentado um cronograma de liberação,adiantou o ministro.José Múcio disse quehá reconhecimento de que o desembolso está atrasado. “Todos sabemque é em função das dificuldades que todos conhecem, mas vamosfazer o possível para dar celeridade à liberação dos recursosdas emendas parlamentares”. Para ele, o problema está equacionadoe os líderes da base receberam bem a proposta da equipe econômica.