Faturamento da indústria de máquinas cairá pelo menos 15% este ano, estima Abimaq

26/08/2009 - 20h08

Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - No melhordos cenários, o setor de máquinas e equipamentos deveráter queda de 15% no faturamento deste ano em comparaçãocom 2008. Segundo o presidente da Associação Brasileirada Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), LuizAubert Neto, como as exportações, que representam 30%do movimento do setor estão com queda de 40%, o desempenhodeste ano já está comprometido. “Sendo otimista nósvamos cair 15%, sendo pessimista nós vamos cair de 25% a 30%”,estimou Aubert.

Apesarde prever perdas para este ano, o presidente da Abimaq acredita queexistem fatores que abrem a possibilidade de que 2010 seja um anomelhor para a indústria de máquinas. Ele acredita queos investimentos governamentais do Programa de Aceleraçãodo Crescimento (PAC) e do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida ajudarem a aquecer o setor no próximo ano. “Isso atende a nósdiretamente, tem uma capilaridade no setor muito forte”, afirmou.

O inícioda extração de óleo da camada pré-sal eos investimento em infraestrutura a fim de preparar o país parasediar a Copa do Mundo de 2014 também foram apontados porAubert como ações que trazem otimismo ao setor. Ele disse nãoter dúvida de que no próximo ano a indústria demáquinas terá “um número positivo”.

Nobalanço de julho, divulgado hoje (26), houve um queda de 9,8% nofaturamento da indústria de máquinas na comparaçãocom junho. No acumulado dos primeiros setemeses do ano o faturamento foi de R$ 34,3 bilhões, 24,3% menordo que o mesmo período de 2008.

Como osetor vinha se recuperando da crise e apresentando crescimento desdefevereiro, Luiz Aubert acredita que a queda do mês passado nãoseja uma tendência. “Nós acreditamos que esse foi umnúmero fora da curva e que mês a mês a gente vaiaumentando um pouquinho”, afirmou.

Umas daspossíveis razões para a diminuição podeser, de acordo com Aubert, o lançamento recente de linhas decrédito pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômicoe Social (BNDES). Alguns clientes podem ter postergado as compraspara aproveitar as vantagens do novo crédito.

Noentanto, a desvalorização do dólar foi citadocomo um problema pelo presidente da Abimaq. Segundo ele, em algunsramos, como o de máquinas para a fabricação demóveis, o produto nacional está sendo substituídopelo importado. Nesse setor o faturamento caiu 71% e as importaçõesdesse tipo de equipamento subiram 98%. “Esse setor estásendo riscado do mapa”, afirmou Aubert.