Especialistas discutem adoção de um padrão brasileiro de medidas para vestuário

26/08/2009 - 18h27

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A adoção de um padrãonacional para as medidas de vestuário começou a serdiscutida hoje (26), em São Paulo, durante o primeiro encontrodos profissionais do setor. O objetivo é definir medidasreferenciais com base no biotipo brasileiro.As medidas poderão ter pequenas variações,de acordo com o modelo da roupa, e trarão facilidades para oconsumidor na hora de comprar uma roupa sem encontrar variaçõesimensas de medidas de uma loja para outra, como ocorre atualmente. Segundo o gerente de Infraestrutura e CapacitaçãoTecnológica da Associação Brasileira daIndústria Têxtil (Abit), Sylvio Napoli, essa diferençaentre as numerações e modelos deve melhorar muito apósa padronização. “Não eliminará o problema de umahora para a outra, mas melhorará a partir do momento quehouver a adesão por conta das confecções emrelação à aplicação dessas normas.A variação nas numerações é umproblema sério para o consumidor por conta da dificuldade dechegar em uma loja pedir um tamanho e esse tamanho não serepetir na loja seguinte para a mesma pessoa e o mesmo tipo deproduto”, afirmou.Para criar essas medidas de referência, hátrês meses está sendo feito o levantamentoantropométrico, uma espécie de escaneamento do corpohumano de diversas pessoas com características diferentes. Otrabalho, que está em fase inicial, começou no Rio deJaneiro e deve ser feito em todas as regiões do país. De acordo com Napoli, a ideia é ter umperfil do biotipo do brasileiro e partir daí introduzir essainformação nas normas que servirão para apadronização dos tamanhos das roupas. “O exemplo maisclaro é o da camisa masculina. A norma é trabalhada nosentido de se fornecer medidas de pescoço da pessoa, ou seja,uma medida de corpo e nunca a medida do colarinho que é umamedida de roupa. Tudo isso dependendo do tipo e do modelo da roupa”,disse. O gerente da Abit explicou que a adesão àsnormas é voluntária e as empresas não serãoobrigadas a considerá-las, mas aquelas que aderirem terãoque colocar as informações em uma etiqueta adicional.Ou seja a etiqueta que já existe, com número, tipo detecido e cuidados com esse material permanece a mesma, mas haveráoutra etiqueta com as informações referentes ao tipoespecífico de peça (calça, camisa, vestido,camiseta, etc). “Temos que separar muito bem o que éetiqueta oficial e o que é adicional. As informaçõesda padronização são absolutamente adicionais ecomplementares e não são obrigatórias”. O diretor técnico da AssociaçãoBrasileira de Normas Técnicas (ABNT), Eugenio De Simone,explicou que a Organização Internacional paraPadronização (ISO) prevê que a cada cinco anos asnormas de qualquer tipo de produto sejam revistas. “No caso específico de tamanho devestuário é mais ainda porque estamos vendo que a cadaano o tamanho médio do brasileiro e do ser humano muda”,afirmou. De Simone disse que a última norma relativa aovestuário é de 1995 e, por isso, é tãoimportante fazer a adaptação para o novo padrãocorporal do brasileiro.