Sem informações sobre denúncia, oposição tenta adiar depoimento de gerente da Petrobras

25/08/2009 - 17h23

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Com o plenário daComissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras esvaziado ecom a oposição sem elementos para questionar irregularidades, osenador tucano Álvaro Dias (PR) tentou suspender a sessão destinadaa ouvir o depoimento do gerente geral de implementação deempreendimentos para a refinaria de Abreu Lima, Glauco ColepicoloLegattilo, no polo de Suape, no município de Ipojuca, emPernambuco. A refinaria é alvo deinvestigação do Tribunal de Contas da União (TCU) sob suspeita desuperfaturamento. Também a Controladoria Geral da União apontaencarecimento do valor da obra provocado por erros no projeto básicoe a falta de licenciamento ambiental prévio. Álvaro Dias alegou quehorário de reunião não é adequado porque contrasta com o horárioda sessão no plenário do Senado. O tucano também reclamou darejeição de 63 requerimentos apresentados por senadores na reuniãopassada e que a CPI ainda não tem cópia do processo do TCU.“Os requerimentos sãofundamentais para que a investigação ocorra. Há a necessidade dese deliberar separadamente sobre cada um deles. Não podemos inovarpara pior. Não se pode ouvir ninguém para se defender sem antesouvirmos quem vai acusar. Há uma afirmação do TCU de que houvesuperfaturamento. Não temos nem o inquérito da operação Castelode Areia. Acho até que não devermos realizar a reunião de hoje”,reclamou o tucano. A Operação Castelo deAreia foi realizada pela Polícia Federal e investigou suspeitas deirregularidade e crimes financeiros envolvendo a construtora CamargoCorrêa, acusada de praticar sobrepreço no trabalho de terraplanagemda refinaria. A investida da oposiçãonão surtiu efeito. Os seis senadores presentes à reuniãopreferiram ouvir o gerente que fez uma apresentação pautada pelocritério técnico. Legatti apresentou um vídeo sobre a refinaria eneste momento relata como ocorreu o processo de licitação econtratação dos serviços.“Hoje somosoposição e o senhor é governo, mas, quem sabe, no futuro, nósestaremos em posições opostas”, disse o tucano, dirigindo-se aopresidente da CPI, senador João Pedro (PT-AM).