Reestruturação da Receita deve levar três meses, diz presidente da Unafisco

25/08/2009 - 16h21

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Opresidente do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da ReceitaFederal do Brasil (Unafisco), Pedro Delarue, estima que arestruturação do fisco federal, após as demissões no órgão,deverá levar mais ou menos três meses. Segundo ele, para a ReceitaFederal voltar ao normal tudo dependerá da velocidade com que oatual secretário, Otacílio Cartaxo, vai nomear os novossuperintendentes.Hoje (25) a Receita anunciou aexoneraçãode quatro servidores e, ao mesmo tempo, a nomeação de Hermano Lemosde Avellar Machado para chefiar a 6ª Região Fiscal (Minas Gerais) ede Paulo Renato Silva da Paz para a 10ª (Rio Grandedo Sul).Delarue explicou que, nesse processo, primeiro os superintendentes serãonomeados. Depois, formarão as equipes com os cargos deconfiança, como delegados e chefes de divisão. "ALina Vieira [antecessora de Cartaxo] demorou seis meses para formar asua equipe. Eu acredito que vai ser mais acelerado desta vez pelaurgência. Vou chutar aí uns três meses”, disse o representante do Unafisco.Eleressaltouque poderá haver quebra de continuidade dos trabalhosda Receita, assim como ocorreu, segundo ele, “há um ano, quando Lina Vieira assumiu a Receita Federal”. O secretário da Receita Federal negou, porém, que possa haver quebra da solução de continuidade nostrabalhos do fisco.Delarue disse que a Receita vai passar por todo esse processo de novo. "Claro que há alguma dificuldadee que vamos passar por um período de turbulência, de readaptação,mas temos capacidade de superar esse desafio”,afirmou . O presidente do Unafisco admitiu que existe também preocupação com os rumos da fiscalização. Ele defendeu uma ação firme de Cartaxo paraque não haja o que classificou de quebra (na continuidade dostrabalhos) e para não se prejudique a recuperação da arrecadação. Para Delarue, Cartaxo tem que dar essa sinalização aoscontribuintes, porque boa parte da arrecadação é espontânea, masexiste outra parte que não funciona da mesma forma. “Tem a que depende muito, pela sinalização que é dada, da fiscalização.Então, o secretário tem que baixar medidas para mostrar que afiscalização não está sendo afetada por essa crise”, disse opresidente do Unafisco. Sobreo foco da arrecadação ser mantido, incluindo os grandescontribuintes, Pedro Delarue disse que a Receita Federal sempre atuouda mesma forma. “Eu nunca vi fiscal da Receita fiscalizandopadaria. Então, o foco da Receita sempre foi o grande contribuinte.Talvez, na questão da malhafiscal, em vez de ir atrás do cara que declarou R$ 300 a mais,ir atrás do cara que declarou R$ 50 mil a mais”, afirmou.