Lupi defende na Câmara redução de jornada de trabalho

25/08/2009 - 12h42

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, rebateu há pouco o argumento deque a redução da jornada poderá gerar aumento dopreço final de produtos fabricados no país. “Aparticipação da massa salarial no custo do produto detodas as empresas representa, em média, 22% na produção,com todos os encargos, inclusive. E 78% são outros custos”,disse no plenário, onde participa da comissãogeral da Câmara sobre a redução da jornada detrabalho.O ministro deu comoexemplo outros países que adotam uma jornada de trabalho menorque a brasileira, como o Uruguai, com 41,5 horas semanais, a França,com 34,7 horas semanais, e o Japão, com 32 horas semanais. “NaEuropa, a média é de 41,1 horas semanais para homens ede 35,2 horas semanais para mulheres”, argumentou. E lembrou que emalguns setores a jornada já é menor que as atuais 44horas semanais, como no caso de servidores públicos, bancáriose telefonistas.A última reduçãode jornada que o país adotou foi há mais de 20 anos,quando passou de 48 para 44 horas semanais. “O argumento foi omesmo e não teve ninguém quebrando por conta disso”,disse Lupi, acrescentando que com menos horas de trabalho serãocriadas mais vagas no mercado.O deputado PaulinhoPereira da Silva, o Paulinho da Força (PDT-SP), disse que épreciso trabalhar a ideia de que a redução da jornadaaumentará o mercado interno. “O que dificulta a vida daempresa é o excesso de imposto, não a reduçãoda jornada de trabalho.”A Proposta de Emenda àConstituição (PEC) 231/95, que reduz a jornada detrabalho de 44 para 40 horas semanais sem redução desalário, já foi aprovada em comissão especial eagora precisa ser votada em dois turnos no plenário. Paulinhoda Força leu requerimento assinado por diversos deputadospedindo a inclusão da matéria na Ordem do Dia.