Guardas civis em greve fazem manifestações no centro de São Paulo

25/08/2009 - 1h23

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Desde a zero hora de hoje (25), os cerca de 6 mil servidores da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo estão em greve por tempo indeterminado, na primeira paralisação da categoria em 23 anos de atividade. A principal reivindicação da categoria é aumento salarial, com elevação da gratificação mensal de 60% para 140%, o que levaria o atual piso de R$ 535,84 para R$ 1.286,00. Durante todo o dia, os grevistas pretendem realizar manifestações em frente ao prédio da prefeitura, no Viaduto do Chá, no centro da cidade.O presidente do Sindicato dos Guardas Civis Metropolitanos de São Paulo (Sindguarda-SP), Carlos Augusto Souza Silva, informou que uma pesquisa realizada pela entidade em 26 dos 39 municípios da região metropolitana de São Paulo indicou que o salário médio recebido pelos guardas civis na capital é o 22º pior.“Estamos indignados porque enquanto os guardas civis arriscam a vida para receber um salário insuficiente para as suas despesas, a prefeitura paga uma gratificação de R$ 1.650,00 para a Polícia Militar [que já tem os seus vencimentos normais pagos pelo governo do estado]”, afirmou Souza Silva.Segundo o líder sindical, foram paralisadas totalmente as atividades de fiscalização, mais concentradas normalmente nas ações contra o comércio clandestino, principalmente, os camelôs na região da Rua 25 de Março, no centro. Também estão sendo afetados os trabalhos de coibir a distribuição irregular de caçambas nas vias públicas e das rondas em torno das escolas municipais, além do recebimento de queixas contra o excesso de barulho em áreas residenciais no período noturno.Em nota, a Secretaria Municipal de Segurança Urbana fez um apelo para que os servidores voltem ao trabalho e ameaçou recorrer à Justiça contra a paralisação que venha a prejudicar os serviços prioritários. Para a secretaria, está havendo radicalismo por uma parte da categoria, que optou pela greve, em vez do diálogo. O comunicado informa também que há vários projetos de lei visando a valorizar profissionais da CGM e melhorar o trabalho que desenvolvem, além de outras medidas.