Gerente da Petrobras diz que projeto de refinaria não foi "malfeito"

25/08/2009 - 19h59

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Em depoimento naComissão Parlamentar de Iquérito (CPI) da Petrobrás., ogerente-geral de Implementação de Empreendimentos para a RefinariaAbreu Lima, Glauco Colepicolo Legatti, negou que o projeto básico daRefinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, tenha sido "malfeito". Devido a “surpresas”na análise do solo do local onde a refinaria está sendo construída,além de acréscimos de sistemas para proteção ambiental, arefinaria custará o triplo do valor que foi orçada no projetoinicial, elaborado em 2006.“O projeto não foimalfeito, repito. Um contrato dessa magnitude sofre ajustes, sãoadequados e as áreas técnicas das empresas e a Petrobras vãoatuar nas soluções. O contrato não foi feito apressado”, disseLegatti que presta depoimento nesse momento à CPI que funciona noSenado. O gerente explicou que ao fazer a análise dos solos encontraram "solo mole" em maior quantidade do que se esperava. "Imaginávamos que apresença de solo mole ocorreria a aproximadamente a 4,5 metros e meiode profundidade. No entanto, encontramos a nove metros. Quando issoocorre, temos duas soluções na engenharia. Ou retiramos todo o solo mole,ou tratamos o terreno. A solução mais adequada, nesse caso, é tratar osolo, porque retirar seria muito mais trabalhoso devido ao grandevolume", disse Legatti.O gerente de Engenhariade Custos e Estimativas de Prazos da Petrobras, Sérgio SantosArantes, não detalhou em quais quesitos o aumento de preço foiverificado, alegando que no preço global da refinaria não consta aavaliação de preços unitários. “Essa metodologia temmais de 30 anos na Petrobras e sempre foi desenvolvida com sucessopleno em quase todas as licitações, que caem dentro da faixa deaceitabilidade da estimativa de custo. É obvio que se as quantidadesaumentaram, o valor aumenta”, afirmou. A Refinaria Abreu eLima partiu de um orçamento inicial de US$ 4 bilhões para mais deUS$ 12 bilhões.