Exportações da América Latina devem cair 25% em 2009, segundo Cepal

25/08/2009 - 19h38

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As exportações dos países da América Latina perderam 31% em valor, noprimeiro semestre de 2009, e devem fechar o ano com perda de 25%, deacordo com relatório da Comissão Econômica para a América Latina(Cepal) divulgado hoje (25), em Santiago, no Chile, e distribuído pelainternet.Vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU), aCepal projeta melhor comportamento das vendas externas neste segundosemestre, de modo a que a queda nas exportações fique em torno de 25%no final do exercício financeiro, em valores. Em volume, a queda éestimada em 11%. Mesmo assim, seria o pior resultado para a regiãodesde 1937.O relatório da Cepal diz que “a redução do comércioregional não tem precedentes na história recente. A última vez que ovolume das exportações e os preços caíram foi há 72 anos. O choqueexterno sofrido pela região é de proporções superiores ao provocadopela crise asiática (nos anos 90) e a crise da dívida externa (nos anos80)".Nas contas da Cepal, o comércio regional foi derrubadoprincipalmente pela redução de 29% nos preços das commodities (produtosbásicos com cotação internacional; em especial alimentos e minérios)que a região exporta, em função da menor demanda externa em geral, comexceção da China.O documento da Cepal destaca que "desde o início da crise [financeira internacional, em setembro de2008], as correntes comerciais da região experimentaram quedassubstanciais e generalizadas, independentemente do destino ou daorigem. Somente a China apresenta uma demanda sustentada de produtosbásicos, o que contrabalança a situação adversa enfrentada pelocomércio exterior regional".A queda das exportações regionaisfoi mais acentuada em minérios, petróleo e manufaturas do que no setoragrícola e o comércio é o setor mais afetado pela crise, comdesaceleração "sem precedentes", de acordo com o relatório. A demandapor bens da América Latina tem diminuído fortemente, sendo parcialmentecompensada pela demanda chinesa por commodities, que segue forte.ACepal estima que o comércio global deve se recuperar em dois ou trêsanos e quando isso acongtecer a região deve estar preparada. Razãoporque prega “políticas urgentes para reativar o comércio, porque ofuturo pós-crise continuará compensando as economias orientadas àexportação, bem como o progresso em competitividade e inovaçãotecnológica".