Países latino-americanos discutem políticas integradas sobre lazer, esporte e educação

24/08/2009 - 16h21

Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A criação de uma plataforma de comunicação, cooperação,integração e intercâmbio em torno de políticas para esporte,educação e lazer nos países da América Latina começou a serdiscutida hoje (24), em Brasília, em reunião que conta com aparticipação de representantes de seis países latino-americanos e também dos Estados Unidos. No encontro,pesquisadores, educadores e gestores especialistas estudam a formulação de políticas públicas integradas deeducação, esporte e lazer. O evento, que vai atéquarta-feira (26) na Academia de Tênis, vai preparar as bases para arealização de um seminário internacional, no próximo ano,envolvendo todos os países da região em torno do assunto. Além dos especialistas norte-americanos, participam da reunião representantes da Argentina,Colômbia, do Uruguai, Paraguai, Chile e Brasil.Segundo a diretora de Educação Integral, Direitos Humanos e Cidadania doMinistério da Educação, Jaqueline Moll, a união dospaíses em torno de um objetivo “procura tornar realidade a utopia de se construir um mundomelhor para todos, dentro de uma nova mentalidade, a partir do prismada democracia, para o oferecimento de esporte, educação e lazer”.Ela acredita que as discussões sobre a integração dospaíses latino-americanos em torno da questão possam resultar nacriação de uma lei contendo objetivos comuns, dentro de um trabalhode compartilhamento em que se coloquem em prática ideias e políticas,permitindo “que coisas concretas sejam construídas”.Paraa diretora da Organização dos Estados Ibero-Americanos no Brasil(OEI), Ivana Siqueira, a criação de políticas unificadas deesporte e lazer entre os países permitirá a fixação de valores,resultando em fator de união continental. O professor NelsonMarcelino, da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep), nointerior de São Paulo, destacou que há uma diferenciaçãosemântica em cada país, conforme sua história e traços culturais,em torno do significado das palavras ócio, lazer e diversão. Noentanto, disse o professor, a adoção de uma linha de pensamentouniforme sobre o uso do lazer (como no Brasil) como objeto e veículode educação, pode levar todos os países a um processo educacionalmais abrangente. Marcelino mencionou pesquisa feita por umaprofessora paulista com membros de gangues que concluiu que osdepredadores de escolas ou não têm acesso a elas ou delas foramexpulsos. Por isso, o professor da Unimep é favorável aodesenvolvimento de políticas integradas em torno do lazer, item que,para ele, “por si só merece a criação de uma secretaria degoverno, assim como já existem várias [secretarias] paradiversos objetivos sociais”.Amanhã (25) de manhã, emmesa-redonda, serão discutidas possibilidades de ações integradasde políticas públicas nacionais de educação, esporte e lazer, coma participação de convidados dos países latino-americanos queparticipam da reunião. Depois de amanhã (26) será apresentado umrelatório das discussões dos grupos de trabalho. À tarde, acoordenadora de Desenvolvimento de Cooperação Técnica doEscritório Regional de Brasília da OEI, Cláudia Baena Soares,divulgará a carta de intenções.Na ocasião, a diretora doDepartamento de Ciência e Tecnologia do Esporte da SecretariaNacional de Desenvolvimento de Esporte e Lazer, do Ministério doEsporte, professora Leila Mirtes Santos, apresentará sugestões paraorganização de um seminário internacional, em 2010, que discutiráa criação de políticas públicas em torno de esporte, educação elazer nos países latino-americanos.