Mercadante volta a comentar decisão de se manter na liderança do PT

24/08/2009 - 1h41

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O líder do PT noSenado, Aloizio Mercadante (SP), voltou a comentar hoje (24) a posiçãoadotada pela bancada nas investigações de denúncias, pelo Conselhode Ética, contra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP) e suadecisão de permanecer na liderança anunciada após conversa como presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando já tinha decidido deixar o cargo. Os pedidos de abertura deinvestigações contra Sarney foram arquivados na semana passada comos três votos dos senadores petistas.“Nossa bancadafoi derrotada na sua posição de investigar com responsabilidade asdenúncias no Conselho de Ética”, afirmou hoje o senador Aloizio Mercadante sobre o assunto em sua páginano Twitter. Na reunião doconselho, coube ao senador João Pedro (PT-AM), ler um documento dadireção do partido justificando os votos petistas.A postura do líder, noentanto, foi duramente criticada por colegas de partido que sãocandidatos em 2010 e foram obrigados a seguir a determinaçãopartidária em detrimento de uma posição adotada pela bancada.Delcídio Amaral (MS), por exemplo, representa o PT no Conselho deÉtica e, após a reunião, não poupou Aloizio Mercadante, acusando-ode ter “abandonado” os colegas de partido.“Política é assim:tem seus ônus e seus bônus. Não venho aqui para o Senado posar debacana quando sou governo, quando também tenho que defender posiçõesque o partido orienta e que são importantes para o governo”,afirmou o petista de Mato Grosso do Sul, que pretende concorrer a maisum mandato para senador em 2010.Já o senador FlávioArns (PR), que sequer integra o Conselho de Ética, compareceu àreunião da semana passada para anunciar sua decisão de se desligardo PT por causa da mudança de posição da bancada. Segundo ele, ossenadores petistas se comprometeram com as investigações e, depoisde uma pressão da cúpula do partido, decidiram mudar de posiçãopara tentar preservar a aliança com os peemedebistas.“Posso dizer que meenvergonho de estar no Partido dos Trabalhadores. Quero dizer isso deforma bem clara aos meus eleitores. Infelizmente, me equivoquei, meenganei. Achei que [o partido] fosse algo sério, ético. Éuma pena, uma vergonha a forma como os senadores do partido votaramno Conselho de Ética. Peço que esse senadores prestem contas noseus estados por se posicionarem dessa maneira”, disse Arns já nofinal da reunião do colegiado.Sobre a decisão depermanecer na liderança, Mercadante reafirmou hoje que tratou de umpedido da bancada e do presidente Lula “para ajudar o governo alutar internamente com a militância pela reforma do Senado.“Felizmente, ainda que tardiamente, setores do PT começam a seposicionar favoráveis à bancada”, acrescentou o líder no Twitter.