Empresas assinam compromisso de redução de emissões de gases de efeito estufa

24/08/2009 - 20h49

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Um grupode grandes empresas brasileiras vai assumir cortes na emissãode gases de efeito estufa. A ideia é reduzir a contribuiçãodo setor industrial no balanço de emissões de dióxidode carbono do país e aproveitar oportunidades no mercado voluntáriode carbono.Vale,Brasken, Camargo Correa, Suzano, Andrade Gutierrez, Natura e outrascompanhias apresentarão o compromisso em uma carta, que seráentregue amanhã (25) aos ministros do Meio Ambiente, CarlosMinc, e da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende.Asempresas não vão assumir metas quantitativas de reduçãode emissões. De acordo com o gerente da diretoria desustentabilidade da Camargo Correa, Ciro de Carvalho Fleury, ocompromisso é diminuir a emissão por unidade defaturamento. No caso das empresas do grupo que produzem cimento, oobjetivo é reduzir a emissão por tonelada do produto.“Isso é possível com investimentos em tecnologia, porexemplo”, explica.Na carta,as companhias vão se comprometer a publicar anualmentebalanços de emissões de gases de efeito estufa e aincorporar a “variável do carbono” na análise deprojetos e investimentos futuros, segundo Fleury.Com ainiciativa, às vésperas da reunião daOrganização das Nações Unidas sobreMudanças Climáticas, em dezembro, em Copenhague(Dinamarca), o empresariado sinaliza para o governo brasileiro queespera posições mais firmes do país nanegociação do futuro regime global de emissões,que vai complementar o Protocolo de Quioto.“OBrasil pode assumir uma posição de liderança,não só com o discurso de país emergente,esperando compromissos dos mais ricos. Olhando para frente, temos queter responsabilidade e contribuir com a nossa parcela de reduções”,avalia o representante da Camargo Correa.Asempresas também estão de olho em outro ponto danegociação climática global: a expansãodo mercado de carbono, com o provável crescimentodo comércio de emissões entre empresas e atégovernos nacionais. “Em todo grande projeto hoje já éum caminho natural avaliar as oportunidades financeiras da reduçãode emissões”, aponta Fleury.