Quilombolas de Ubatuba terão que unificar representação para terem terra regularizada

22/08/2009 - 17h04

Marco Antonio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os quilombolas deCaçandoquinha, no município de Ubatuba (SP), devem se unir para dar continuidade ao processo de titulação de áreareivindicada por eles e suspenso por decisão judicial. O alertafoi reiterado hoje (22) à comunidade pelo ministro da SecretariaEspecial de Políticas de Promoção da IgualdadeRacial, Edson Santos, que visitou o local para verificar os problemase carências apontados pelas duas lideranças da região. “Todo processo de titulação esbarra no fato de a comunidade nãochegar a um entendimento de qual representação irádialogar com o governo. Existem duas representaçõesali, o que cria uma dificuldade. Resolvido isso, creio que cessa oentrave jurídico e teremos segurança para assistiressas comunidades”, afirmou Santos. O presidente daAssociação dos Remanescentes da Comunidade de QuilomboCaçandoquinha, Raposa, Saco das Bananas e Frade, MárioGabriel do Prado, afirmou já ter encaminhado váriastentativas de acordo à Associação do QuilomboCaçandoca e aguarda resposta. “As reivindicações de melhor assistência entregues ao ministro dizem respeitoa áreas regularizadas e não regularizadas”, informouPrado. Segundo ele, asprincipais carências da comunidade são o fornecimento de energiaelétrica para muitas casas e a construção deestradas. “Já tivevárias reuniões com o ministro e ele ficou de dar esseapoio. Estamos confiantes de que agora, após essa visitapessoal, as coisas aconteçam.” A comunidade deCaçandoquinha já chegou a ocupar parte de áreareivindicada – disputada com particular no litoral paulista ecobiçada para projetos imobiliários –, mas foi retiradaem junho, por ordem judicial. Hoje, os moradores estão no limite entre estaárea e outra já regularizada como quilombo. Vivemaproximadamente 59 famílias no local ou próximo dali. Prado e o advogado daassociação da Caçandoquinha relataram que noano passado a área revindicada pelos quilombolas chegou a sercolocada à venda na internet por R$ 5 milhões. Dizemtambém que a comunidade sofre ameaças e intimidaçõesem virtude da luta pelo reconhecimento do direito à área.