Técnicos encerram primeira fase das buscas por restos mortais de desaparecidos do Araguaia

19/08/2009 - 22h01

Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O grupo de trabalhocriadopelo Ministério da Defesa para tentar localizar e resgataros restos mortais dos desaparecidos da Guerrilha do Araguaia encerrouna segunda-feira (17) a primeira fase das escavaçõessem sucesso.

De acordo com nota divulgada hoje(19) pelo ministério, as escavações tiveraminício no último dia 12. Durante seis dias, os técnicoscivis rastrearam e escavaram três áreas nas cidadesparaenses de Marabá, Brejo Grande e São Domingos doAraguaia. Os peritos descartaram a necessidade de realizar novasbuscas na mesma área.

Os técnicos tambémpesquisaram duas novas áreas com um radar de penetraçãoterrestre (GPR ou Geo-Radar).Com base na análise dos dados, os geólogos e geofísicosdas universidades de Brasília e Federal do Cearádecidirão sobre as chances de encontrar algum vestígiode restos mortais nos dois locais: uma mata conhecida como ComplexoMatrinxã e uma área de pastagem próxima àcidade de Brejo Grande do Araguaia.

O Ministério da Defesa também informou que os técnicosirão pesquisar áreas naBase de Xambioá, no Tocantins, na Reserva IndígenaSororó, na Clareira do Cabo Rosa e nas bases de Bacaba e CaboRosa, no Pará. Outras áreas poderão serrastreadas e escavadas, caso o grupo de trabalho recolha novasinformações e indícios sobre restos mortais dedesaparecidos. Ontem (18), o secretário especialdos Direitos Humanos, ministro Paulo Vannuchi, afirmou que ostrabalhos de busca sódevem ser concluídos em abril de2010.

As áreas onde as buscasocorrem foram definidas com base em relatórios da ComissãoEspecial Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, livros sobreo tema, documentos governamentais e indicações depessoas que presenciaram as mortes e a ocultação doscorpos e que, hoje, servem voluntariamente como guias dos técnicos.

Ogrupo de trabalho é composto por militares, antropólogos,geólogos, médicos legistas e observadores nomeados peloMinistério da Defesa, entre eles um jornalistae um ex-deputado.A ausência de representantes de parentes dos desaparecidos foicriticada pela ComissãoEspecial Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos.