Técnico diz que crise financeira ainda é principal responsável por queda na arrecadação

20/08/2009 - 14h53

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A crise econômicamundial que refletiu no Brasil a partir de setembro do ano passadocontinuou sendo a principal responsável pela queda na arrecadaçãode impostos e contribuições federais. Segundo o coordenador-geral de Previsão e Análiseda Secretaria da Receita, Raimundo Elói de Carvalho, os númerosnegativos são consequência da redução dos indicadoresmacroeconômicos.Ele destacou que,se forem observadas as variações desde março deste ano, épossível identificar uma estabilização nesse percentual.“Há uma estabilidadenessa variação, que se situa em torno de 6%. As pequenas variaçõessão típicas dos meses”, disse.Hoje (20), a Receita Federal informou que a arrecadação total deimpostos e contribuições federais ficou em R$ 58,672 bilhões emjulho, a nona queda consecutiva, em comparação a meses do anoanterior e um recuo real de 9,38% em relação a julho de 2008.No ano, a arrecadaçãoacumula R$ 380,048 bilhões, 7,39% a menos em relação aos seteprimeiros semestre de 2008. Dentre os principaisfatores para a queda do resultado de julho, Elói destacou a menorlucratividade das empresas, a baixa na produção industrial, novalor em dólar das importações e na venda de veículos.Por outro lado, houveaumento da massa salarial e do volume geral de vendas. Só emdesonerações, foram R$ 15 bilhões. Além da redução do Impostosobre Produtos Industrializados (IPI), as compensações de impostoschegaram a R$ 4,3 bilhões.Entre os setores, osmaiores decréscimos, sem levar em consideração a Previdência,foram a indústria de extração de minerais metálicos (-45,72%) e afabricação, comércio e reparo de veículos automotores (-33,68%).Houve também afrustração de arrecadação com a abertura de capital da Visa Net,que segundo Elói foi expressiva, mas ao contrário do que foianunciado pela Receita Federal no ano passado, não chegou a R$ 2bilhões, ficou em R$ 1,1 bilhão.“Houve arrecadaçãoem volume expressivo, mas não da forma que foi antecipado pelaReceita. Aguardava-se cerca de R$ 2 bilhões em Impostos de Renda ena Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), mas aarrecadação nesse caso alcançou R$ 1,1 bilhão”, disse.