Sistema da Coppe vai identificar local para instalar Central Nuclear do Nordeste

20/08/2009 - 9h22

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Coordenação deProgramas de Pós-Graduação de Engenharia (Coppe), da UniversidadeFederal do Rio de Janeiro (UFRJ), está desenvolvendo para aEletronuclear um Sistema de Informação Geográfica que vai indicaros melhores locais para instalação da Central Nuclear do Nordeste.O sistema está em fasede desenvolvimento, segundo informou o engenheiro Carlos Frederico deOliveira Barros, do Instituto Virtual Internacional de MudançasGlobais da Coppe, coordenador executivo do projeto.Com 76 critériosdistribuídos em quatro etapas, o Sistema de Informação Geográficaadotará modelo baseado em um guia de localização de sítiosnucleares do Electric Power Research Institute, o instituto americanode energia elétrica.O guia estabeleceregras para que sejam encontrados os melhores locais destinados asediar as novas usinas nucleares brasileiras. “Eles são chamadosde áreas candidatas e serão, possivelmente, a partir dos critériosrestantes, definidos como sítios potenciais”, explicou Barros.As fases 1 e 2 dosistema deverão estar concluídas em março de 2010 e indicarão asáreas candidatas com 5 milhões a 7 milhões de metros quadrados eos sítios potenciais.Nas  etapas 3 e 4 serão usados critérios de ponderação para definir os sítiospreferidos. Por meio de critérios institucionais, vão ser definidosposteriormente os locais considerados excelentes para a implantaçãoda Central Nuclear do Nordeste. O projeto global tem duração de 18meses.Quatro estados disputamas novas usinas: Bahia, Alagoas, Sergipe e Pernambuco. O trabalhotécnico desenvolvido pelo Grupo de Análises de Risco Tecnológico eAmbiental apontará cinco áreas onde, potencialmente, poderia haverum sítio nuclear.Serão consideradoscritérios como localização, custos de engenharia, impactosambientais e socioeconômicos. “Eles visam à mitigação de todosos riscos potenciais de um empreendimento nuclear de potência”.Nas etapassubsequentes, a ideia é que sejam estabelecidas as negociaçõesjurídico-institucionais existentes em função das questões locais,disse Barros.Ele destacou,entretanto, que qualquer dos cinco locais que forem definidos em cadaestado, após a comparação ponderada, terá condições de recebera usina. “Mas, aí, entram as questões geopolíticas. Em suma, asquestões negociais e institucionais”.A grande novidade,segundo o engenheiro da Coppe, é que o país passará a ter um guiade localização de sítios nucleares.“Uma tecnologiaadequada às características brasileiras geográficas,socioambientais, topográficas, econômicas”.Haverá, paralelamente,um processo de consultas a comunidades, ao setor acadêmico, a órgãosde licenciamento, a investidores.“Todos terão umaplataforma de acesso democrático e público às informações daEletronuclear para que o processo seja de fato compartilhado com asociedade brasileira”.A Eletronuclear teráum software (programa de computador) que será usado tambémno processo de definição de locais para depósito de rejeitosnucleares.