Rio propõe políticas preventivas e continuadas para proteger crianças e adolescentes

20/08/2009 - 19h35

Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Prevenir no lugar de remediar. Este foi o foco da 8ª ConferênciaMunicipal dos Direitos da Criança e do Adolescente que terminou hoje(2), na cidade do Rio de Janeiro.No encontro, que ocorre a cada dois anos, o assunto mais abordado foi anecessidade de se criar políticas preventivas e continuadas para ascrianças e adolescentes. A presidente do Conselho Municipal dosDireitos da Criança e do Adolescente da Cidade do Rio de Janeiro (CMDCA-Rio), Deise Gravina, disse que, pela primeira vez, foram pensadas diretrizes para os próximos dez anos.“Programasde prevenção já existentes, com a ajuda da iniciativa privada, comoo AfroReggae, provam que crianças que estão integradas num ambientesadio, com atividades de lazer e aprendendo, dificilmente se envolvemcom drogas, tráfico ou prostituição. Investir nisso deve ser umapolítica de Estado”. Dentre as propostas aprovadas está a decriar uma política de proteção e prevenção para crianças entre 7 e14 anos, hoje inexistente no estado do Rio, segundo Gravina.“Atéos 4, 5 anos a criança está na creche, protegida. Depoisdisso, vemos essas crianças soltas no espaço público sem qualquercuidado ou proteção, seja por parte dos pais ou do Estado. Essa é afaixa etária que está mais refém do crack e da prostituição e é aúnica que não tem proteção básica assegurada pelo governo.”Aparticipação expressiva dos adolescentes foi outro diferencial destaedição da conferência. Em anos anteriores, dos 230 delegados, 30 eram adolescentes. Neste encontro, setenta adolescentes puderamapresentar propostas e votar. Foi o caso do estudante do 9º ano,Walter Domingues Dias Junior, de 16 anos. Morador do bairro da Pavuna,zona norte do Rio, Walter propôs em seu grupo de trabalho que oRiocard, vale-transporte gratuito para estudantes, também possa serutilizado no período de férias. “Hoje, o cartão é bloqueado nas fériase quando temos cursos, atividades educativas ou de lazer precisamostirar do próprio bolso para nos transportar. Muitos não têm condiçõesde pagar e acabam ficando sem opção.”Para Gravina, a tendênciaé que o número de jovens aumente nas próximas conferências. “Políticaspara adolescentes devem ser criadas a partir da ótica dos adolescentes.Não podemos, os adultos, imputar a eles ações que nem sempre condizem comos anseios deles”. Foram aprovadas dez propostasque serão encaminhadas à conferência estadual. Posteriormente, aspropostas aprovadas em cada estado serão votadas na ConferênciaNacional prevista para acontecer ainda neste ano.