Parcela da dívida pública corrigida pela Selic aumenta dois pontos percentuais em julho

20/08/2009 - 16h22

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O vencimento de títulos prefixados e a emissão deR$ 25 bilhões em títulos para financiar o Banco Nacional deDesenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fizeram a proporção dadívida pública, vinculada aos juros básicos da economia, aumentar em julho.Segundo números divulgados hoje (20) pelo Tesouro Nacional, a parcelada dívida mobiliária (em títulos) interna vinculada à taxa Selic passoude 37,71% em junho para 39,85% no mês passado.Aproporção dos títulos prefixados, que tem os juros definidos comantecedência, caiu para 30,06%, contra 31,74% no mês anterior. Aparcela vinculada à inflação passou de 28,15% para 27,88%. Já ostítulos vinculados ao câmbio responderam por 0,8% da dívida mobiliáriaem julho. No mês anterior, o percentual havia sido de 0,9%.Aemissão para o BNDES teve grande impacto na composição da dívida porque ostítulos lançados eram corrigidos pela Selic. No mês passado, o Tesourolançou R$ 25 bilhões em papéis para o banco. Essa foi a terceiraparcela do empréstimo de R$ 100 bilhões, anunciado no final de janeiro, para reforçar a capacidade da instituição fornecer crédito.Parao Tesouro Nacional, a maior parcela de títulos prefixados facilita aadministração da dívida pública porque permite ao governo saber, comantecedência, quanto pagará na hora de resgatar os títulos. A maiorparticipação dos papéis corrigidos pela Selic, no entanto, reduz oscustos totais da dívida porque, atualmente, os juros básicos estão emqueda. Apesar disso, essa estratégia oferece maiores riscos para oTesouro caso o Banco Central decida retomar o aumento dos juros básicos.O prazo médio da dívida pública aumentou, passando de 3,53 anos em junho para 3,58 anos em julho. Esse é o período que o Tesouro leva para renovar completamente a dívida de mais de R$ 1,4 trilhão.Prazomais longos são desejáveis porque indicam melhoria da confiança dosinvestidores na capacidade do governo de administrar a dívida. Osvencimentos nos próximos 12 meses apresentaram redução e passaram de27,18% em junho para 26,75% no mês passado.Pormeio dos títulos públicos, o Tesouro Nacional pega dinheiro emprestadodos investidores para honrar os compromissos de curto prazo. Em troca,o governo compromete-se a devolver os recursos, acrescidos de juros,que podem seguir a taxa Selic, a inflação, o câmbio ou serem prefixados(definidos com antecedência).