Falta ao Rio políticas públicas preventivas para crianças e adolescentes, diz especialista

20/08/2009 - 18h26

Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O município do Rio de Janeiro carece de políticaspúblicas preventivas para crianças e adolescentes porfalta de visão de longo prazo, não por falta dedinheiro, disse hoje (20) a presidente do Conselho Municipal dosDireitos da Criança e do Adolescente da Cidade do Rio deJaneiro (CMDCA-Rio), Deise Gravina. Ela coordenou a 8ºConferência Municipal para dos Direitos da Criança e doAdolescente encerrada hoje na capital fluminense. “Estáclaro que políticas para tirar as crianças da rua sãomuito mais caras e menos eficazes do que as políticaspreventivas, que evitam que elas cheguem à rua”,afirmou.De acordo com um estudo do CMDCA-Rio, o custo diáriode um programa preventivo é de R$ 3,40 por criança. “Ésuficiente para pagar os educadores, uniformes, o material esportivo,lanche. Todos os gastos. Já a manutenção de umabrigo para menores, por exemplo, custa em média R$ 50 pordia, por criança”, disse. Para Deise Gravina, aprevenção está diretamente ligada ao acesso àeducação de qualidade, com atividades extraclasses einvestimentos maciços em educadores e novos locais para asatividades. "Segundo osdados da Secretaria de Educação do Município doRio, existem 700 mil crianças matriculadas na rede pública.Mesmo que apenas 10% estejam em área de risco, só aíjá temos uma demanda de 70 mil crianças. Épreciso um gestor corajoso, que saiba que os frutos só vãoser colhidos daqui há oito ou 12 anos. Só assim podemosevitar que essas crianças acabem em abrigos, envolvidas com otráfico, o vício e a prostituição”,afirmou.