Busca por corpos no Araguaia é "maior operação" que o país já fez, afirma ministro

20/08/2009 - 11h40

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Oministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH), PauloVannuchi, afirmou hoje (20) que as buscas por corpos de desaparecidosna Guerrilha do Araguaia precisam continuar “até que sejamlocalizados”. ParaVannuchi, o Brasil realiza “a mais importante operaçãoque o Estado já decidiu realizar”, na tentativa de localizaros restos mortais de 140 brasileiros e brasileiras que morreramdurante a repressão do regime ditatorial de 1964. Segundo oministro, a decisão de desaparecer com os corpos representa“uma tortura ainda mais grave”. O grupode trabalho criadopelo Ministério da Defesa para tentar localizar e resgataros restos mortais encerrou, na última segunda-feira (17), aprimeira fase das escavações sem sucesso.

“OBrasil, sem revanchismo, não quer reabrir a violência dopassado, mas precisa se unir na busca dos corpos, para que as famíliaspossam realizar esse direito elementar [de enterrar os corpos]. Não tem sentido o Brasil não respeitar essa tradição”,disse, ao participar de entrevista a emissoras de rádiodurante o programa Bom Dia, Ministro.

Segundo Vannuchi, as buscas serão interrompidas entre outubroe abril, período de chuvas em grande parte do país, eos trabalhos serão feitos em laboratório para testareventuais ossadas encontradas com o banco de DNA cedido porfamiliares. A partir de abril, de acordo com o ministro, novas buscasdevem ocorrer.