Servidor do Executivo ameaça greve nacional para forçar cumprimento de acordos salariais

19/08/2009 - 1h40

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Servidores do Executivofederal ameaçam entrar em greve nacional se não forem atendidospelo ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo.Eles fazem protestos desde o início da manhã na Esplanada dosMinistérios e estão em frente ao prédio onde se localiza ogabinete do ministro.Os manifestantesacreditam que o governo está recuando no cumprimento de acordossalariais e de compromissos já assumidos, como a equiparação detabelas de remuneração.“Nós vamos para agreve nacional. Não adianta ele nos atender e dizer que vai fazer ascoisas. Nós já estamos cansados de ser enrolados”, disse MariaAparecida Silva Rodrigues, que veio de Rondônia, a mais de 2.500quilômetros de Brasília. Ela viajou 36 horas de ônibus com outrosservidores.Segundo o Sindicato dosServidores Públicos Federais do Distrito Federal (Sindsep-DF), ogoverno tem alegado queda na arrecadação para a mudança depostura, incluindo as alteração nas tabelas salariais de 2010, alémde adiar “indefinitivamente a discussão sobre a implantação deprometidos planos de carreira”. “O não atendimentodas reivindicações significa precarizar as condições de trabalhoe consequentemente não prestar os serviços públicos com qualidadepara a população”, disse Oton Pereira Neves, secretário geral doSindsep-DF.Segundo ele, isso éinadmissível, principalmente em vista de que o governo “já deu R$300 bilhões entre isenções e empréstimos subsidiados parabanqueiros, empresários e latifundiários”.O sindicalista disseque, por se tratar de várias categorias, não tem como precisar umajuste médio ou linear para os servidores. Reclamou da falta declareza no que diz respeito à lógica das correções salariais edas tabelas de remuneração dos servidores, que segundo ele trazgrandes distorções.“Servidores, porexemplo, do Ministério da Previdência têm uma tabela salarial. Osdo INSS têm outra tabela, embora sejam vinculado ao mesmoministério. Na maioria das vezes, trabalham juntos e desempenham amesma função”, afirmou Oton Neves.Os manifestantesreclamam também do auxílio alimentação, que varia de R$ 130 a R$161, dependendo do estado da lotação. Segundo Oton Neves, noJudiciário e no Legislativo o valor chega a quase R$ 700. “Agoramesmo teve uma greve dos terceirizados, ele ganharam o auxílio dequase R$ 300”, afirmou.Neves disse que oministro elabora um Medida Provisória ou Projeto de Lei paracorrigir algumas distorções. Ele informou que já sabe de antemãoque as reivindicações dos empregados do Dnit, DNPM e Ibama estãoparcialmente atendidas. Outros, como o pessoal dos Ministérios daJustiça e do Trabalho e Emprego e da Funai, não sabem se serãobeneficiados.“Hoje, o pessoal falaque tem um projeto de lei com quase 50 páginas e não fala quem estácontemplado. Está angustiando, porque o Paulo Bernardo precisadizer, para podermos encaminharmos a luta daqueles que não estão”.Segundo cálculos daPolícia Militar do Distrito Federal, mil servidores participam damanifestação. Os organizadores falam em 1.500, com representantesde vários estados. Amanhã, os servidores pretendem pedir noCongresso Nacional que parlamentares garantam na Lei OrçamentáriaAnual (LOA) recursos para o comprimento dos acordos salariaisfirmados com as diversas categorias que compõem o serviço públicofederal.