Suinocultura pede crédito, renegociação de dívidas e inclusão no programa de preço mínimo

18/08/2009 - 20h08

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Representantes devários setores da suinocultura brasileira se reuniram hoje (18) com oministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, para expor omomento complicado que estão enfrentando e pedir apoio do governo. AAssociação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) estima emcerca de R$ 700 milhões as dívidas vencidas e a vencer dosprodutores.“Na áreaagropecuária, hoje, é o setor que apresenta o maior nível deproblemas”, afirmou Stephanes. Ele disse que o excesso de produçãofez com que os preços caíssem muito, o que é agravado com o númeropequeno de compradores, que diminui a concorrência. Para tentar sair dessasituação desconfortável, o setor pediu a renegociação dasdívidas, uma nova linha de crédito para retenção de matrizes suínasno valor de R$ 500 por animal até o limite de R$ 500 mil porsuinocultor, a inclusão dos produtores no Programa de Garantia de Preços Mínimos(PGPM) do governo federal, além de campanhas de incentivo ao consumoda carne de porco.Stephanes disse quetodas essas questões serão levadas à área econômica em reuniãoa ser realizada até quinta-feira (20), mas adiantou que há umadificuldade na adoção de um preço mínimo para a suinocultura eque não vê, a curto prazo, como aumentar o mercado consumidor dacarne de porco. “Efetivamente que temos problemas seríssimos e,infelizmente, alguns produtores vão quebrar, mas temos que tentaradotar medidas que evitem ao máximo esses impactos”, afirmou.O presidente daAssociação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora deCarne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, disse que, além doexcesso de oferta no mercado, outro grande problema é a valorizaçãodo real em relação ao dólar. “O governo não se mexe nessapolítica cambial, diz que não tem saída, mas certamente tem o quefazer. Se não fossem o Banco Central e a Febraban [Federação Brasileira de Bancos] mandando no país,já tinham arrumado uma solução para o câmbio. É muito difícil.Acho que com esse câmbio vamos morrer todos”, observou Camargo Neto.O deputado Luis CarlosHeinze (PP-RS), vice-presidente da Comissão de Agricultura da Câmarados Deputados, contou que ficou acertada uma reunião, coordenadapelo Ministério da Agricultura, com representantes do Banco doBrasil, do Ministério da Fazenda e da Febraban para analisar a rolagem das dívidas dossuinocultores. “São mais de 60 mil famílias que dependemdiretamente da criação desses animais. O débito levantado apenaspela Região Sul chega, hoje, a R$ 430 milhões.”