Jucá quer que Lina Vieira seja ouvida pela Comissão de Assuntos Econômicos

18/08/2009 - 12h04

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A disputaregimental entre os senadores na Comissão de Constituiçãoe Justiça (CCJ) já atrasa por mais de uma hora odepoimento da ex-secretária da Receita Federal, Lina Vieira.Governistas e oposição discutem se cabe ao não ao plenário da CCJ votar requerimento do líderdo governo Romero Jucá (PMDB-RR) para que a audiênciaseja feita na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).Jucáargumenta que o depoimento não cabe à CCJ por se tratar dequestão afeta a Receita Federal. Por isso, segundo ele, aaudiência deveria ser feita na CAE. Como o presidente dacomissão, Demóstenes Torres (DEM-GO), decidiu por nãodecidir sobre o requerimento os senadores da base argumentam, agora,que este assunto pode comprometer os trabalhos futuros de outrascomissões.“Estadecisão pode gerar questões similares em outrascomissões que podem prejudicar, inclusive, no Conselho deÉtica do qual vossa excelência faz parte”, afirmouRenato Casagrande (PSB-ES).Jucá,que recorreu para que o plenário da CCJ delibere sobre oassunto, classificou a decisão de Demóstenes de“autoritária”.“Nãoacho justo que adotemos atitude monocrática do presidente.Depois de atos secretos vamos ter atos assombrados”, disse o líderdo governo.Para aoposição, esse debate regimental não tem outroobjetivo senão atrasar o depoimento de Lina Vieira. Opresidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), insinuou que o objetivo deautoridades, “de dentro e de fora do Congresso Nacional”, écolocar o presidente do Conselho de Ética, Paulo Duque(PMDB-RJ), na presidência da Comissão de Constituiçãoe Justiça.PauloDuque é considerado um parlamentar da confiança doPMDB, maior bancada no Senado, e do próprio presidente daCasa, José Sarney (PMDB-AP).RenanCalheiros (PMDB-AL) defende equilíbrio entre governo eoposião, mas diz que a discussão visa a desgastar aimagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ministra Dilma. “Mais queo suposto episódio esta audiência é uma tentativade impor ao presidente Lula desgaste circunstancial. Lamentavelmentetentam impor ao presidente e à ministra Dilma Rousseff desgastedepreciativo. Não há qualquer prova.”