Fim do uso de cheques aumentou gasto com cartões corporativos, explica secretário da CGU

17/08/2009 - 1h52

Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As despesas com oscartões corporativos do governo federal para suprimento de fundosforam menores neste ano em relação ao ano passado, segundo dados daControladoria-Geral da União (CGU), representando 0,0004% dasdespesas correntes.O secretário executivoda CGU, Luiz Augusto Navarro disse que o valor dos gastos com ocartão corporativo só cresceram neste ano porque foi abolido o usode cheques para esse tipo de despesa. Assim, a contabilização dessaconta, (chamada conta B) na conta dos cartões, corresponde aum valor nominal maior, mas "na prática, acabou sendo menor queo verificado no ano passado".Segundo Navarro, decreto presidencial proibiu a conta B (uso de cheques) porque"trazia menos segurança e era menos transparente". Comisso, houve a migração total das despesas para o cartão.Esta é a razão docrescimento aparente dos gastos totais do cartão corporativo, quesegundo o Portal da Transparência representam 44,95% do total dos chamados gastos sigilosos, feitos principalmente em áreas como aPolícia Federal, o Ministério da Defesa, a Abin e a Presidência daRepública.Navarro lembrou que emnenhum país do mundo um órgão de segurança pode identificar-se,já que o sigilo faz parte da natureza de seu trabalho. Assim, ocartão é o meio mais recomendado para pagar contas, quando umagente está trabalhando.No ano passado, os ministros de Estado receberam recomendação doMinistério do Planejamento para não usar os cartões, embora issonão seja ilegal. As despesas em viagens domésticas passaram a sercobertas com a diária, que também foi adotada para as viagens forado país.Geralmente, as despesascom cartão corporativo são feitas em muitos órgãos do Executivo,do Legislativo e do Judiciário para resolver problemas que exigemsolução imediata, como o conserto de uma máquina que realiza umtrabalho essencial, ou o remendo de pneu de um carro, para os quaisnão é necessária licitação.Dados fornecidos pelaCGU mostram que "os gastos com cartão corporativo em 2007 foramde R$ 76,2 milhões, o que representou 0,012% da despesa correnteliquidada (R$ 647 bilhões); as despesas sigilosas naquele ano foramde R$ 16,3 milhões, representando 0,003% da despesa correnteliquidada"."Em 2008, osgastos com cartão somaram R$ 55,2 milhões, representando 0,008% dadespesa corrente liquidada, de R$ 689 bilhões. Os gastos sigilosos,de R$ 18,7 milhões, representaram, novamente, 0,003% da despesacorrente liquidada. Neste ano, até julho, os gastos com cartão, deR$ 34,9 milhões, representam 0,009% da despesa corrente liquidada,de R$ 408 bilhões. Os gastos sigilosos foram de R$ 15,7 milhões,representando 0,004% da despesa corrente liquidada".