Marina diz que vai passar fim de semana recolhida para decidir sobre mudança de partido

15/08/2009 - 1h26

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A senadora Marina Silva(PT) afirmou hoje (15) que não vai prolongar por muitotempo o anúncio de sua decisão sobre a possibilidade demudar de partido. Marina foi convidada a se filiar ao Partido Verde(PV). Ela disse quepraticamente terminou o ciclo de conversas com liderançasdo PT, pessoas do Acre e amigos, e agora está se “recolhendo”neste fim de semana e início da próxima para tomar adecisão. “Não coloquei prazo, nem dia. Mas nãoquero prolongar esse anúncio porque não querotransformar isso em uma novela. Em respeito ao meu partido, que éo PT, ao PV e a mim mesma. Foi um processo difícil. Eu meexpus a muitos argumentos, afetos de relações de 30anos [com o PT]”, afirmou, após participar de debatesobre clima e meio ambiente para integrantes do Movimento dosTrabalhadores Rurais Sem Terra (MST), acampados em Brasília. Apesar de aliadosafirmarem que Marina já tomou a decisão de trocar departido, a senadora argumentou que não falou “comnenhuma pessoa” a respeito de qual é a sua decisão.“Então não posso dá crédito ao que foidito [de que já estaria tomada a decisão]”. Marina tambémdisse que a ação dos trabalhadores no evento, de pedirautógrafos e tirar fotos com ela, não indica um clima decampanha política para a Presidência da República.“Em todos os lugares que ao longo dos dez anos que ando peloBrasil, as pessoas sempre me tratam com muito carinho. Não temnada a ver com campanha. É o respeito que as pessoas têm pelaluta, pela causa. É até uma forma de dizer que estájunto da luta”, afirmou. A senadora voltou amanifestar que desvincula a possibilidade de condicionar sua filiaçãoao PV a uma candidatura à Presidência da Repúblicaem 2010. “Não estamos falando de Presidência daRepública. A decisão que estou tomando é sair ounão do PT. O PV me fez um convite honroso e eu disse que nãoiria subordinar a minha decisão às duas coisas”, disse. Para Marina, “ninguémsai de um partido para ser candidato”, mas avalia a possibilidadede mudança por um compromisso programático. Elaenfatizou que o PV “está se propondo a fazer uma discussãoprogramática de colocar o desenvolvimento sustentávelcomo estratégico”. Segundo Marina, “foi por essa construçãoque eu militei durante 30 anos no PT e hoje vejo os frutos que elatem dado na área social, em vários aspectos na próprialuta pela reforma agrária". A senadora acrescentou quenenhum partido vai “hegemonizar” a questão dodesenvolvimento sustentável. “Mas aqueles que se dispõema iniciar já é um bom começo”. A senadora disse aindaque não existe voto a ser dividido entre ela, se forcandidata, e a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que devedisputar as eleições presidenciais em 2010. “A lutaambiental não atrapalha ninguém nesse país. Nãoexite voto a ser dividido. O voto é do cidadão. A nossavisão patrimonialista é que acha que o voto já éalguém. O voto está livre para se dado para quem ocidadão entende que deseja dar”, afirmou.